O documento "Inovação como um direito dos Portugueses" é  apresentado esta quinta-feira no Instituto Português de Oncologia, em Lisboa.

O cancro representa 14% das doenças em Portugal, sendo a segunda causa de morte (24%) a seguir às doenças cérebro-vasculares, mas representa apenas 7% da despesa em medicamentos, escreve o jornal Público que teve acesso a dados do documento.

Portugal torna-se assim o país da União Europeia a 18 que menos gasta em medicamentos oncológicos tendo em conta a prevalência deste tipo de doenças.

Apesar de Portugal ser um dos países com menor incidência de tumores malignos, em 2012 era o quarto país com maior mortalidade ajustada à prevalência, atrás da Grécia, Áustria e Reino Unido, comenta Paulo Gonçalves, responsável da consultora, escreve o referido jornal.

Portugal é também o país, entre os estados-membros da UE a 18, que teve menor acesso a novos medicamentos. Em setembro de 2014, apenas eram comparticipados pelo Governo português 29% dos fármacos e indicações terapêuticas considerados inovadores. Em Espanha esse valor sobe para 78% e na Dinamarca para 90%.

A crise

Em Portugal, entre 2005 e 2007 um medicamento demorava em média 220 dias a ser comparticipado pelo Infarmed; mas em 2010-2012, esse prazo triplicou para os 600 dias.

O relatório conclui ainda que Portugal é o segundo país com maior tempo de decisão na comparticipação, apenas atrás da Grécia: um doente português espera quase dois anos para ter acesso a um medicamento, quando um dinamarquês espera três meses e um alemão zero meses.