Giuseppe Conte apareceu às 02:30 horas diante dos jornalistas para explicar que o decreto é difícil, mas necessário para “conter a propagação do contágio”.
“Ao mesmo tempo, devemos reagir para não sobrecarregar os hospitais”, frisou o primeiro-ministro italiano.
“Não podemos mais permitir que as pessoas sejam infetadas”, sublinhou confirmando que para além da Lombardia, cuja capital é Milão, as outras províncias que se tornaram “zona vermelha” são Modena, Parma, Placência, Reggio Emilia, Rimini, Pesaro, Urbino, Veneza, Pádua, Verbano Cus- Osola, Treviso, Vercelli, Novara, Asti e Alexandria.
O número de províncias que ficam em isolamento é maior do que aquele que tinha sido adiantado pela comunicação social que tinha tido acesso ao decreto inicial.
A medida de quarentena, imposta até 03 de abril, similar à que foi tomada em janeiro na província chinesa em Hubei, pode afetar cerca de 16 milhões de pessoas.
O decreto assinado hoje também estabelece o encerramento de todos os ginásios, piscinas e centros termais nas áreas mencionadas, além de museus, centros culturais e estações de esqui, enquanto os centros comerciais devem ser fechados aos fins de semana e o encerramento de escolas é estendido até 03 de abril.
São também suspensos os eventos culturais, recreativos, desportivos e religiosos, tanto em locais públicos como privados, ficando assim cancelados casamentos e funerais civis ou religiosos.
Os restaurantes e bares mantêm-se abertos, mas com a obrigação de manterem a distância de um metro entre os clientes.
O decreto também estabelece a suspensão nessas áreas de todos os eventos desportivos, exceto aqueles com atletas profissionais que serão disputados à porta fechada.
A divulgação do projeto de decreto, por parte da imprensa, levou milhares de pessoas às estações de comboio para deixar a Lombardia.
“Essas medidas causarão situações problemáticas, mas este é o momento de responsabilidade e não de preparação. Devemos proteger a nossa saúde, especialmente a dos nossos avós”, afirmou.
“Assumimos total responsabilidade política por esta decisão. Estamos convencidos de que essa emergência será superada”, garantiu Giuseppe Conte.
Em Itália, registou-se um total de 233 mortes, enquanto as pessoas infetadas subiram de 1.145 para 5.061, de acordo com os dados mais recentes fornecidos pelo chefe da Proteção Civil, Angelo Borrelli.
Perante o crescimento exponencial de casos, as autoridades da Lombardia tinham solicitado ao Governo para reforçar as medidas com o objetivo de minimizar o surto.
O surto de COVID-19, detetado em dezembro na China, já provocou mais de 3.500 mortos entre mais de 101 mil pessoas infetadas em pelo menos 94 países.
Com base no número mundial de infetados, a taxa de letalidade é de 3,4%, sendo que até ao momento a maioria já recuperou.
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