A doença de Parkinson, patologia que atinge atualmente cerca de 20 mil portugueses, é um dos temas em destaque no Congresso de Neurologia 2011, que está a decorrer, desde o dia 3 de novembro, no Sana Hotel Lisboa, com final previsto para amanhã, dia 6 de novembro.

É sabido que as características genéticas da população portuguesa podem contribuir para uma maior prevalência da doença face aos restantes países da Europa Ocidental. Por esse motivo está, neste momento, a decorrer um estudo epidemiológico nacional que visa avaliar a prevalência da patologia em Portugal.

O estudo, que resulta de uma parceria entre a Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, a Direção-Geral da Saúde e os médicos que se interessam pela doença, nasce com o intuito de colmatar a lacuna existente na obtenção de números concretos sobre a patologia, fator que tem constituído uma grande barreira no desenvolvimento de qualquer plano de atuação.

“Colocamos a hipótese de a prevalência em Portugal ser maior do que na maioria dos países europeus. Pensamo-lo porque sabemos que os portugueses têm algumas características genéticas que poderão potenciar a doença. Estamos a falar de uma mutação que é a mais frequente em qualquer doença degenerativa e, no nosso País, está muito presente. Esta é uma realidade que interessa muito aos investigadores apurar e que, finalmente, poderá oferecer respostas mais concretas às suas dúvidas”, revela Joaquim Ferreira, neurologista no Hospital de Santa Maria e coordenador da comissão científica do estudo.

Estima-se que em Portugal existam cerca de 20 mil doentes de Parkinson. Atualmente, é fundamental que se aprofundem dados que permitam, por um lado, à Associação Portuguesa de doentes de Parkinson, passar uma mensagem em prol da doença e, por outro, que permitam ao investigador descobrir medicamentos que previnam o seu aparecimento.

“Se conseguirmos identificar as pessoas em risco através da mutação, então estas poderão ser as primeiras a beneficiar de medicação ou a participar em ensaios clínicos de novos fármacos”, explica o neurologista.

Os primeiros resultados da investigação, cujo trabalho de campo teve início em agosto, estão previstos para o primeiro trimestre de 2012. O estudo conta ainda com o apoio e envolvimento das unidades hospitalares dos Hospitais da Universidade de Coimbra, o Hospital Geral de Santo António e o Hospital de Vila Real.

No Congresso de Neurologia 2011, a doença de Parkinson vai ser explorada em várias conferências e simpósios satélites de apresentação de novos fármacos. Das conferências dedicadas à doença destacamos a apresentação de um estudo que mostra que a diminuição de olfato pode ser um sintoma de Parkinson ou outras patologias neuro degenerativas como a doença de Alzheimer, pois 80 a 90 por cento dos doentes que sofrem destas patologias apresentam dificuldade em identificar cheiros (hiposmia).

05 de novembro de 2011

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