16 de setembro de 2013 - 17h35
Um estudo elaborado a pedido da Ordem dos Médicos revela que em 2025 vão ser necessários menos 400 médicos especialistas, o que significa que todos os anos se formam 32 que não deverão ter emprego.
O Estudo de Evolução Prospetiva de Médicos no Sistema Nacional de Saúde (SNS), elaborado pela Universidade de Coimbra para a Ordem dos Médicos, aponta para uma “ligeira redução do número de médicos necessários para suprir as necessidades de funcionamento do sistema de saúde em 2025”.
Os autores apuraram a necessidade, em 2025, de “menos cerca de 400 médicos especialistas (menos 1,6 por cento do efetivo profissional em idade ativa existente em 2011)”.
O documento refere que, em 31 de dezembro de 2011 encontravam-se afetos ao SNS, no território continental, 24.995 médicos, representando 58 por cento do total de médicos habilitados ao exercício da medicina em Portugal.
O número de médicos afetos ao SNS passou de 22.850 para 24.995 entre 2002 e 2011, o que representa um aumento líquido de 9,4 por cento destes profissionais.
Segundo estes dados, os médicos de nacionalidade portuguesa representam mais de 93 por cento dos profissionais do SNS, sendo as outras nacionalidades mais significativas a espanhola, os profissionais dos PALOP e do Brasil.
Os médicos pertencentes a outras nacionalidades registaram um ligeiro aumento entre 2009 e 2011, “com destaque para os provenientes da Colômbia (que passaram de 1 profissional em 2009 para 96 em 2011)”.
Em termos de distribuição regional, em 2011 registava-se uma concentração dos profissionais nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Norte, com 74 por cento do total de efetivos no continente.
Em relação aos especialistas com mais de 50 anos, o documento refere que “a generalidade das especialidades encontra-se bastante envelhecida”.
Apenas seis especialidades - angiologia/cirurgia vascular, a medicina nuclear, a nefrologia, a neurorradiologia, a oncologia médica e a reumatologia – apresentam um número de especialistas com idades até aos 49 anos superior a 50 por cento do total, segundo o relatório.
O cenário traçado neste estudo foi calculado a partir de uma projeção que teve por base o número de inscritos pela primeira vez no ano letivo de 2010/2011 e que resulta num total acumulado de 26.600 diplomados em 2025.
Numa segunda projeção, que teve em conta o número global de vagas, o estudo aponta para um total de 27 mil diplomados em medicina, o que se traduz num excesso de 400 diplomados, ou seja, 32 diplomados a mais por ano do que as necessidades atuais.

Lusa