“Nós pedimos um conjunto de documentos ao hospital que nos vão ser enviados e a partir daí o colégio de Ginecologia e Obstetrícia [da OM] irá elaborar um relatório detalhado sobre a situação existencial do hospital, irá remetê-lo ao bastonário e depois eu irei desenvolver as diligências adequadas consoante as conclusões”, afirmou Carlos Cortes.
Em declarações aos jornalistas após uma reunião com a direção clínica, o Conselho de Administração e médicos sobre o funcionamento da urgência de obstetrícia, o bastonário lembrou que “há dificuldades na grande maioria dos hospitais, para não dizer em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, e sublinhou que o Hospital de Santa Maria “obviamente, é um foco de preocupação da Ordem dos Médicos”.
Junto de Carlos Cortes estava o presidente do colégio de ginecologia e obstetrícia da OM, João Bernardes, que adiantou ter encontrado dificuldades no serviço de obstetrícia.
“Toda a gente está a fazer um esforço para resolver as dificuldades que temos, as dificuldades a nível obstétrico, não só deste hospital. São dificuldades nacionais, mais na região sul, em Lisboa e Vale do Tejo”, salientou.
João Bernardes observou que o importante é “que se continue a trabalhar muito na questão de motivar os médicos para ficarem no SNS”.
“Algumas unidades estão a viver dificuldades específicas e quando isso acontece o nosso papel é ajudar a encontrar soluções, mas também assegurar que a segurança clínica está garantida e a formação dos internos está garantida”, realçou.
“Neste momento, estamos todos a trabalhar para isso e viemos aqui recolher dados, pedir dados para elaborar um relatório”, acrescentou.
O bastonário acrescentou ainda que será marcada uma nova reunião no Hospital de Santa Maria para avaliar as condições de formação na obstetrícia.
A direção executiva do SNS anunciou em maio que o bloco de partos do hospital de Santa Maria vai fechar para obras a partir de 01 de agosto e até setembro, ficando os serviços concentrados no Hospital S. Francisco Xavier (Centro Hospitalar Lisboa Ocidental), medida que motivou críticas do então diretor do serviço, Diogo Ayres de Campos, que foi posteriormente exonerado.
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