Em Portugal, cerca de um milhão de pessoas, entre os 20 e os 77 anos, sofre de diabetes e estima-se que um quarto destas pessoas tenha retinopatia diabética, uma doença progressiva que “pode cursar com sintomas mínimos ou sem sintomas, em alguns casos, até uma fase avançada da doença”, explica Rufino Silva, médico oftalmologista e vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).
Além de ser a principal causa de cegueira em Portugal, a diabetes é também responsável pela retinopatia diabética, uma patologia que poderia ser evitada ou retardada, na grande maioria dos casos, através de “uma observação anual pelo oftalmologista ou rastreio”, refere o médico oftalmologista.
Sendo possível evitar a cegueira em cerca de 95% dos casos, Rufino Silva alerta para “a diminuição da acuidade visual, a visão enevoada, as moscas volantes e a distorção das imagens”, sendo estes os principais sintomas de alerta da retinopatia diabética.
Contudo, refere também que há uma regra fundamental a seguir: “Um diabético não deve ficar à espera dos sintomas para ir ao oftalmologista. Quando tem sintomas já é tarde demais e muita coisa poderia e deveria ter sido feita antes para evitar a progressão da doença até esta fase.”
Desta forma, a prevenção é essencial e tal “passa pelo controlo metabólico rigoroso (glicémia, tensão arterial, exercício físico, não fumar), bem como por um tratamento atempado da doença''.
Rufino Silva explica que, hoje em dia, já existem tratamentos de oftalmologia capazes de tratar adequadamente a retinopatia diabética e que, por isso, “a perda grave de visão já pode ser evitada”.
"A observação pelo médico oftalmologista é de extrema importância e deve obedecer a critérios rigorosos. Os diabéticos tipo 1 devem ser observados no início da adolescência e 5 anos após o diagnóstico da diabetes. Já os diabéticos tipo 2 devem ser observados logo após o diagnóstico", conclui o médico.
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