"Apesar de já ser uma doença reconhecida, continua a ser descurada", lamenta Carlos Oliveira, Presidente da Adexo. "As medidas implementadas continuam a ser insuficientes para melhorar o acesso à qualidade de vida dos doentes obesos em Portugal", acrescenta.

Em Portugal, o número de pessoas com excesso de peso chega aos três milhões de pessoas, das quais 1,5 milhões são obesas e 350.000 são super-obesas, o que faz de Portugal um dos países com maior taxa de obesidade na União Europeia.

"A verdade é que os doentes obesos são privados do acesso à saúde e ao seu devido tratamento por falta de condições básicas. Estas falhas necessitam de ser colmatadas. Enquanto associação de doentes representante da área queremos criar melhores condições para que os doentes com obesidade estejam mais acompanhados", refere o presidente da Adexo em comunicado.

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A associação tem vindo a reunir com as entidades políticas e sociedade civil para falar sobre o impacto que a obesidade tem na sociedade e se conseguirem criar sinergias mais propícias a para a resolução do problema.

O presidente da Adexo indica que têm vindo "a apresentar propostas para melhorar aquelas que consideramos serem as principais problemáticas dos doentes obesos. Queremos melhorar a qualidade de vida das pessoas com obesidade e a melhorar o contexto português do diagnóstico e tratamento da obesidade, possibilitando um aumento das opções de tratamento".

Dificuldades em conseguir empréstimos ou seguros de saúde

O acesso destes doentes e fidelização aos seguros de saúde bem como ao seguro para empréstimo de compra de habitação própria mas também questões relacionadas com o diagnóstico e tratamento da obesidade são alguns dos cavalos de batalha da Adexo.

A inclusão da análise de resistência à leptina no sistema de análises comparticipadas, a comparticipação dos suplementos vitamínicos específicos para doentes sujeitos a cirurgias para redução de peso, mas também a comparticipação da terapêutica farmacológica para tratamento da obesidade são também algumas das propostas da associação.

Portugal foi o primeiro país europeu a reconhecer a obesidade como doença e o único com regulamentação para esta doença. Contudo a mortalidade está em cerca de 1.500 pessoas por ano no nosso país, sendo que um elevado Índice de Massa Corporal (IMC) foi responsável pela morte de 4 milhões de pessoas no mundo.

Os custos com o tratamento das multipatologias como a diabetes tipo 2, as doenças cardiovasculares, a apneia do sono, entre outras, em conjunto com a mortalidade associada, continuam a aumentar.