O Dr. Francisco George também não gostou das afirmações do Dr. Fernando Nobre. Têm ambos o direito de emitir opiniões e de discordar das mesmas. Mas não me parece sensato, que o Dr. Francisco George, de forma insólita, se assuma como justiceiro de uma causa, e desafie o Dr. Fernando Nobre para um debate, num tom que mais evoca um duelo do que uma civilizada discussão científica.
O Dr. Fernando Nobre tomou atitudes e fez afirmações que desagradaram a muita gente. Talvez não tenha encontrado outros canais para manifestar a sua opinião. Porém, caso se tenha excedido, há órgãos próprios para o avaliar. Todavia, não se pode transformar um fait divers, um direito de expressão em moldes pouco habituais, no pretexto para um linchamento público de carácter, que alastrou pelos meios de comunicação social.
O Dr. Francisco George também não gostou das afirmações do Dr. Fernando Nobre. Têm ambos o direito de emitir opiniões e de discordar das mesmas. Mas não me parece sensato, que o Dr. Francisco George, de forma insólita, se assuma como justiceiro de uma causa, e desafie o Dr. Fernando Nobre para um debate, num tom que mais evoca um duelo do que uma civilizada discussão científica.
O Dr. Francisco George saiu à liça para reparar a sua honra de cidadão, ofendida por uma posição para ele “absolutamente intolerável” de outro médico. Voltámos à Idade Média: D. Francisco entra na peleja ostentando as cores de D. Vacina Covid-19, uma donzela muito jovem, mas já com muitos pretendentes, por quem ele tece armas. Deliciosamente kafkiano.
Deixando as justas medievais sugiro que optem por um registo século XIX, mais moderno e apelativo. Mas têm que respeitar a tradição. Nada de confrontos na “hora nobre” das televisões. Os duelos fazem-se antes do nascer do sol, de preferência num sítio ermo. Os adversários defrontam-se em camisa num ambiente de neblina gelada. E o juiz e os padrinhos devem estar de cartola e casaca de côr escura. Do embate saíem feridos, por vezes de morte. Mas a honra foi lavada!
Será que não aprendemos nada nos dois séculos que passaram? Será que não há formas mais cordatas de resolver diferendos, sem passar por duelos físicos ou verbais? Por favor poupem-nos! Não entremos num revivalismo bacoco, com um desagradável cheiro a mofo!
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