De acordo com o documento, em 2016 estiveram em tratamento 27.834 utentes com problemas relacionados com o uso de drogas no ambulatório da rede pública.

Nesse ano iniciaram tratamento mais de 3.000 pessoas, das quase 60% eram novos tratamentos e o restante utentes em readmissão.

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Segundo o “Relatório Anual sobre A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências”, apesar de o número de novos utentes ter sido, em 2016, o mais elevado desde 2010, não apresentou variações relevantes no último quadriénio (mais 5% entre 2013 e 2016 e mais 3% entre 2015 e 2016), por comparação aos acréscimos verificados entre 2010 e 2012.

Relativamente a doentes readmitidos em tratamento, registou-se uma redução pelo quarto ano consecutivo, como adianta o relatório elaborado pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Readmissões no valor mais baixo desde 2010

O documento sublinha que o número de doentes em readmissão ficou, em 2016, no valor mais baixo desde 2010. “Em 2016, nas redes pública e licenciada, registaram-se 665 internamentos por problemas relacionados com o uso de drogas em Unidades de Desabituação (590 nas públicas e 75 nas licenciadas) e 2.064 em comunidades terapêuticas”, aponta.

A heroína continua a ser a droga mais referida pelos utentes com problemas de uso de drogas, mas entre os novos utentes em tratamento, foi a canábis que prevaleceu, sendo a droga associada a 54% dos utentes.

“No último quadriénio e face ao anterior, verificou-se uma tendência de aumento nas proporções de utentes com a canábis e a cocaína como drogas principais”, lê-se no relatório.

“Os indicadores sobre o consumo de droga injetada e partilha de material apontam para reduções destes comportamentos” no mesmo período, acrescenta.

Mortes por overdose diminuíram

Vinte e sete pessoas morreram em 2016 vítimas de overdose, uma diminuição de 33% face ao ano anterior que quebra um ciclo de aumento registado desde 2014, revela o documento.

Em relação ao tratamento por problemas com álcool, registaram-se, em 2016, 5.375 episódios de internamentos hospitalares, a maioria dos quais relacionados com doença alcoólica do fígado (65%) e síndrome de dependência alcoólica (21%).

Também neste problema se verificou, no quadriénio 2012-2016, uma diminuição contínua de internamentos (menos 22%), mas só em relação a diagnósticos principais.

Se se considerar diagnósticos secundários relacionados com álcool, o número de internamentos é bastante superior (33.899), “verificando-se neste caso um aumento contínuo ao longo dos últimos anos”, alerta o relatório.

Segundo conclui, estes internamentos por diagnósticos secundários relacionados com consumo de álcool representaram 2,14% do total de internamentos hospitalares em Portugal continental.