O número de reações alérgicas tem vindo a crescer nas últimas décadas e não corre riscos de abrandar nos próximos anos, alertam os especialistas. No congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia, que decorre em Madrid, em Espanha, entre os dias 9 e 13 de outubro, onde o problema tem sido discutido, acaba de ser apresentado um estudo internacional sobre dor e dermatite atópica que aponta novas pistas.

"Sabemos que cada vez mais pessoas sofrem de alergias em todo o mundo”, afirma Sophie Seite, diretora científica da marca La Roche-Posay, a marca que desenvolveu o estudo. "Segundo a Academia Europeia e a Imunologia Clínica, 50% de todos os Europeus irão sofrer de uma alergia em 2025. O que a nossa investigação demonstrou é que todos os tipos de alergia têm um impacto na pele", sublinhou a responsável na sua intervenção.

"As reações cutâneas são uma preocupação significativa das pessoas com alergia e os dermocosméticos bem formulados e eficazes podem-lhes proporcionar um benefício real", refere Sophie Seite. O novo estudo sobre dor e dermatite atópica, que também integra uma avaliação da eficácia e tolerância da proteção solar em pessoas com tendência acneica, tem como base uma amostra de 11.069 pessoas naturais de cinco países.

Brasil, China, França, Rússia e Estados Unidos da América foram os mercados avaliados. "Uma parte significativa da população adulta afirma ter alergias", refere a análise apresentada pela diretora científica da La Roche-Posay. Em França, rondam os 20,2%. Nos EUA, a percentagem atinge os 41,7%. "Entre 65% e 82% das pessoas viram o seu diagnóstico confirmado por profissionais de saúde", refere a marca em comunicado.

Especialista explica por que razão há atualmente mais alergias alimentares
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"Adicionalmente, o estudo demonstra que as reações cutâneas são uma consequência muito comum das alergias, independentemente do tipo [pode ser alimentar, respiratória ou cutânea]. A maioria dos participantes de cada país, entre 53% em França, 75% na Rússia e 89% na China, reportaram uma manifestação na sua pele associada a episódios alérgicos. Estas reações variam entre prurido e sensação de repuxar, formigueiro, dormência, ardor e dor. De modo a gerir estas
reações, 58% dos doentes em França e até 79% dos doentes na China consultam um médico que, na maioria dos casos, prescreve um tratamento tópico ou oral", refere o documento.

"A gestão de reações cutâneas causadas por alergias a dermocosméticos permanece reduzida, entre 14% e 26% nos cinco países", refere ainda o comunicado da conceituada marca francesa, que se apresenta no congresso da Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia pelo viségimo-quarto ano consecutivo. De acordo com a investigação internacional apresentada no evento, "55% das pessoas que sofrem de dermatite atópica sente dor".