O novo balanço representa mais 209 óbitos nas últimas 24 horas, mas foi uma subida inferior às 260 mortes registadas entre sexta-feira e sábado.
Ainda assim, confirma uma aceleração do número de contágios e mortes no Reino Unido, que tem vindo a aumentar na ordem das centenas nos últimos dias, levando o Governo a alertar para a necessidade de os britânicos respeitarem as regras de distanciamento social para travar a taxa de propagação.
Numa entrevista hoje na BBC, o ministro do Conselho de Ministros, Michael Gove, disse que o país deve preparar-se para “um longo período” de confinamento, decretado na segunda-feira passada por pelo menos três semanas.
“Não posso fazer uma previsão exata, mas penso que todos precisam de se preparar para um longo período durante o qual essas medidas vão permanecer em vigor”, disse.
“Gostaria de ser capaz de prever quando vai tudo terminar, mas é crucial nesta altura que respeitemos as diretrizes rígidas que foram estabelecidas na área de distanciamento social nas próximas semanas”, acrescentou.
No Sunday Times, o epidemiologista Neil Ferguson, do Imperial College London, que aconselha o governo, estimou que a contenção deve permanecer “provavelmente até o final de maio, possivelmente até no início de junho.”
Numa mensagem dirigida os britânicos, o primeiro-ministro, Boris Johnson, que há uma semana se mostrou confiante de reverter a situação em 12 semanas, avisou hoje que a crise vai “piorar antes de melhorar” e que só o cumprimento das regras de confinamento permitirá um “regresso ao normal” mais rapidamente.
Johnson admitiu ainda medidas mais duras para combater o surto se a comunidade médica e científica assim o indicar.
“Não hesitaremos em ir mais longe [nas medidas de contenção] se a posição médica e científica indicar isso. Sabemos que as coisas pioram antes que elas comecem a melhorar”, adverte Johnson.
Boris Johnson está em isolamento na residência oficial com “sintomas ligeiros” da doença, após testes positivos na passada sexta-feira, à semelhança do ministro da Saúde, Matt Hancock.
Na passada segunda-feira, o Governo britânico decretou o confinamento obrigatório para todos os cidadãos, os quais só podem sair para fazer compras de bens essenciais, exercício uma vez por dia, dar assistência a uma pessoa vulnerável ou para trabalhar, se não puderem fazer de casa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000. Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 363 mil infetados e mais de 22 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.023 mortos em 92.472 casos registados até sábado.
A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 6.528, entre 78.797 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infetados (mais de 124 mil).
Os países mais afetados a seguir a Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.640 mortes reportadas (38.309 casos), a França, com 2.314 mortes (37.575 casos) e os Estados Unidos com 2.191 mortes. Na Alemanha existem mais de 50 mil pessoas infetadas e registaram-se 389 vítimas mortais.
Comentários