O estudo, publicado na revista da especialidade Frontiers in Pediatrics, é o segundo do género realizado recentemente na China que confirma que as mães infetadas com o novo coronavírus não infetam os seus filhos durante a gravidez.
O novo estudo envolveu quatro grávidas com Covid-19 que deram à luz num hospital de Wuhan, cidade onde foi detetado em dezembro o novo coronavírus, responsável por infeções respiratórias como pneumonia.
Segundo o trabalho, nenhum dos quatro recém-nascidos teve sintomas de Covid-19, como febre ou tosse, apesar de, por precaução, terem sido isolados em unidades de cuidados neonatais intensivos.
Os bebés continuam saudáveis e as mães estão curadas. Três das quatro grávidas tiveram um parto por cesariana.
Um dos recém-nascidos teve um pequeno problema respiratório, mas apenas durante três dias, tendo sido ventilado mecanicamente.
O mesmo bebé e um outro tiveram erupções cutâneas que desapareceram posteriormente. Os cientistas desconhecem se existe alguma ligação entre este sintoma e a infeção por Covid-19 das mães.
Os investigadores advertem que mais estudos com recém-nascidos serão necessários, uma vez que a sensibilidade aos testes de diagnóstico do coronavírus é de cerca de 71 por cento.
Para este efeito, os cientistas estão a recolher amostras de placenta, líquido amniótico, sangue e fluido gástrico.
Um estudo anterior, que acompanhou nove grávidas com Covid-19 que fizeram um parto por cesariana, concluiu que o coronavírus não se transmite aos bebés durante a gestação. Se o parto por cesariana é mais benéfico do que o vaginal, não se sabe, é preciso mais investigação, assinalam os autores do novo trabalho, divulgado em comunicado pela editora da revista Frontiers in Pediatrics.
Nos surtos de outros coronavírus, como os associados à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e à Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS), os cientistas não encontraram indícios de transmissão viral entre mãe e filho durante a gravidez. Contudo, a SARS e a MERS estão ligadas a abortos espontâneos e à mortalidade materna.
Portugal registou hoje a primeira morte por Covid-19, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido.
Trata-se de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse a ministra, que transmitiu as condolências à família e amigos.
Há 331 pessoas infetadas até hoje, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Dos casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim da DGS assinala 2.908 casos suspeitos até hoje, dos quais 374 aguardavam resultado laboratorial. Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram. De acordo com o boletim, há 4.592 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 18 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais quatro do que no domingo.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.
Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também anunciou hoje o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham que se deslocar por razões profissionais.
Acompanhe aqui, ao minuto, todas as informações sobre o novo coronavírus em Portugal e no mundo.
Comentários