Conduzida por investigadores britânicos, o novo estudo mostra que as mulheres que tomam contracetivos orais com drospirenona, desogestrel, gestodeno e ciproterona têm um risco de trombose venosa quatro vezes maior em relação àquelas que não tomam a pílula.
Em relação às mulheres que tomam contraceptivos orais de estrogénio mais antigos, que contêm levonorgestrel, noretisterona ou norgestimata, o risco é quase duas vezes maior (1,5 a 1,8 vezes superior).
Em França, os riscos cardiovasculares das pílulas de nova geração à venda no mercado - também chamadas de pílulas de terceira e quarta geração - foram bastante explorados pelos média no final de 2012 e início de 2013.
A mediatização e um plano de ação das autoridades sanitárias levaram à redução de 25% das vendas destes comprimidos a favor das pílulas mais antigas.
Segundo a investigação, os cientistas da Universidade de Nottingham trabalharam sobre duas grandes bases de dados médicos e traçaram uma relação entre o uso de contracetivos orais e as tromboses venosas observadas em mulheres com idades entre os 15 e os 49 anos.
No estudo, foi possível mostrar que o número de tromboses a mais por 10.000 mulheres tratadas por ano foi menor (6 casos relatados) entre aquelas que tomam as pílulas mais velhas em comparação com aquelas (14 casos) que tomam desogestrel e ciproterona (encontrados na pílula Diane, por exemplo).
Mas os investigadores também observam que o risco absoluto permanece baixo e que os contracetivos orais são "extremamente seguros", com um risco de trombose multiplicado por três para todas as pílulas combinadas, enquanto uma mulher grávida tem um risco dez vezes maior.
O estudo confirma os resultados de um estudo dinamarquês publicado em 2011, e um estudo abrangente do sistema de saúde francês, que tinha mostrado uma duplicação do risco de embolia pulmonar (a consequência mais grave da formação de um coágulo nas veias) em utilizadoras das pílulas de nova geração.
A pedido da França, a Agência Europeia de Medicamentos (AEM) fez uma reavaliação dos riscos, mas concluiu que os benefícios dos anticoncepcionais de terceira e quarta gerações continuavam superiores aos riscos.
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