“A saúde é uma das áreas que nunca teve falta de fundos europeus, mas é uma área muito lenta a usar esses fundos. E é pena, porque perdemos todos – perdem as autoridades de gestão, os territórios, quando não usamos os fundos como oportunidade para servir melhor as populações e para melhorar condições de trabalho dos profissionais de saúde”, observou Ana Abrunhosa, à margem de uma cerimónia em Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo.

A ministra respondia a questões dos jornalistas sobre a perda de 2,3 milhões de fundos comunitários por parte do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde (CHPV/VC), assinalando a necessidade de articulação entre entidades para que não se percam as “verbas muito significativas” disponíveis em termos de financiamento comunitário.

“Temos verbas muito significativas, no PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e no Portugal 2030, na área da Saúde e acho bem que todos se articulem para que os autarcas, as regiões e as entidades que tomam a decisão tomem a decisão”, vincou a ministra.

Ana Abrunhosa defendeu “celeridade” no uso dos fundos comunitários.

“É bom que sejamos céleres a usar os fundos. É esse o repto que deixo, para todos, porque somos todos responsáveis”, afirmou.

Para a ministra, “é uma pena” existirem fundos europeus “à disposição de entidades publicas numa área que carece de tanto investimento e muitas vezes esses investimentos, por motivos vários, não sejam bem aproveitados”.

Questionada sobre a que entidades se referia, a ministra disse estarem em causa várias, “desde as administrações, as ARS [Administrações Regionais de Saúde], os ACES [Agrupamentos de Centros de Saúde] ao ministério [da Saúde]”.

“Tenho muita pena estar aqui a dizer, mas é por isso que o ministério [da Saúde] está a refazer a sua orgânica. Havia tantos níveis de decisão que levava o seu tempo. Faz todo o sentido que haja esta simplificação na sua orgânica”, defendeu.

De acordo com Ana Abrunhosa, “a Saúde teve sempre, e tem, muitos fundos à sua disposição para equipamentos, infraestruturas, eficiência energética, modernização administrativa”, pelo que “é bom que sejamos céleres a usar os fundos”.

O Jornal de Notícias de hoje noticia que a obra de ampliação do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde (CHPV/VC) acaba de perder mais de 2,3 milhões de euros de fundos comunitários, oito anos depois de se ter iniciado o processo tendo em vista a empreitada.