Acreditava-se que Choity Khatun, de três anos, tinha poucas hipóteses de sobrevivência antes da organização sem fins lucrativos "Children First" a levar para Melbourne no ano passado.
Uma equipa de cirurgiões passou meses a reconstruir a anatomia da menina. "Uma irmã gémea tinha crescido fora da sua pélvis, mas só uma parte da gémea. O problema era que não havia nenhum método cirúrgico adequado, na medida em que o caso desta menino era único", explicou Chris Kimber, chefe de cirurgia pediátrica do hospital infantil Monash.
"Quando Choity chegou à Austrália, sofria de desnutrição e não conseguia andar corretamente", acrescentou.
Depois de consultarem especialistas europeus e dos Estados Unidos, os cirurgiões australianos idealizaram uma operação para remover os restos da terceira perna. No entanto, outras partes do corpo de uma irmã gémea tinham acabado por se desenvolver na região pélvica da criança.
Os cirurgiões passaram várias horas a examinar a criança e descobriram que tinha diferentes órgãos duplicados: reto, ânus, vagina e útero. Além disso, Choity sofria de incontinência urinária.
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Oito médicos especializados em reconstrução genital participaram em novembro na cirurgia, "muito pouco comum", que durou oito horas, disse Kimber.
Os cirurgiões conseguiram colocar fim à incontinência urinária da menina, que pode, portanto, controlar novamente as fezes e a urina, o que é "extraordinário", disse o médico.
Choity também é parcialmente cega, mas enxerga o suficiente para andar e correr, para grande alegria da mãe, Shima Khatun, de 22 anos. "Agora tudo está bem. Pode brincar com as outras crianças", contou à rede de televisão Channel Nine.
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