HealthNews (HN)- A Menarini conta já com mais de 130 anos de história. Quais os principais marcos que destaca deste caminho?
Miguel Rovisco de Andrade (MRA)- Bom, de facto, são muitos anos de história, com muitos marcos pelo caminho. Destacando alguns, eu diria os anos 90, com a expansão da Menarini em diversos países, abrindo caminho para se tornar na multinacional que é hoje, reconhecida mundialmente. Depois, não posso deixar de referir que, em Portugal, a história remonta aos laboratórios Sanitas, fundados em 1911 e que foram adquiridos pelo Grupo Menarini, em 1991. É importante também destacar que, hoje, o grupo Menarini tem 10 centros de investigação & desenvolvimento e 18 unidades de produção, estabelecidas em vários países, onde todos os dias se fabricam milhares de medicamentos.
Tenho muito orgulho na nossa companhia, sabendo que todos os dias conseguimos ajudar pessoas com diferentes doenças e condições, porque, no final do dia, o que conta são as pessoas.

HN- Quais os principais valores que vos norteiam?
MRA- Como referi, o mais importante são as pessoas e, nesse sentido, temos os valores muito bem definidos, no sentido em que a Menarini: é centrada nas pessoas; é focada no doente; tem responsabilidade e integridade; tem qualidade. Depois da Covid-19, houve necessidade de adicionar três novos valores: curiosidade, paixão, urgência em agir. É com estes valores em mente que trabalhamos todos os dias para que todas as pessoas possam adquirir os medicamentos necessários às suas terapêuticas e, assim, melhorando a sua qualidade de vida.

HN- Como correu a adaptação da empresa à realidade pandémica? A Covid-19 alterou perceções ou ambições, levando a mudanças no modelo de trabalho?
MRA- Inevitavelmente, esta pandemia trouxe alterações a vários níveis. A forma como entendíamos a nossa realidade mudou radicalmente. Passou a dar-se mais importância a coisas tão básicas como uma simples ida ao supermercado, à rotina diária de trabalho-casa e à nossa proteção e da família. O nosso modelo de trabalho alterou, como, aliás, na maior parte das companhias farmacêuticas, e o nosso foco foi, desde o primeiro momento, em março de 2020, o cuidado com os nossos colaboradores. Rapidamente foram criados uma equipa e um plano de contingência e conseguimos, em pouco tempo, criar as condições para os nossos colaboradores ficarem seguros em teletrabalho, não deixando que esse facto interferisse com o modelo de negócio. Foi um renascer a vários níveis, mas conseguimos manter todos a trabalhar, sem perda de regalias e sem despedimentos. Gradualmente, conseguimos acompanhar e eu diria até superar as tendências de mercado, com novos modelos de informação à distância, organizando webinares de interesse não só científico, mas também de carácter mais humano. E foi assim que nasceu o OLCare.

HN- O Programa OLCare revela uma preocupação com a formação e o bem-estar dos profissionais de saúde, o que se reflete, naturalmente, no bem-estar da população. Quais são os grandes objetivos desta iniciativa e as expectativas em termos de resultados?
MRA- Este programa foi criado a pensar na saúde e para além da saúde. É uma plataforma de conhecimento, ideias e experiências que aborda questões tão pertinentes no contexto atual como a gestão das emoções, a importância da comunicação na saúde ou nutrição na gestão da hipertensão. Estes foram alguns dos módulos iniciais do OlCare. Com o seu sucesso, em 2021, a nossa responsabilidade ficou acrescida e, em 2022, realizámos cinco módulos sobre os temas: gestão emocional em “contextos de crise”; o doente idoso: a abordagem multidisciplinar centrada no doente; como comunicar más notícias, no contexto atual; o impacto do mundo digital na relação médico/doente e, finalmente, work life balance: como evitar o burnout? Foram webinares muito intensos, com uma participação total de 2.185 pessoas, entre as que assistiram às emissões “live” e as que visualizaram os conteúdos gravados. Neste ano de 2023, queremos que o Programa OLCare continue a ser uma ajuda fundamental para qualquer profissional de saúde e, por consequência, melhorar a qualidade de vida não só destes profissionais de saúde, mas também dos doentes. Temos o objetivo de abranger ainda mais público, de contar com palestrantes de renome que dão o seu contributo a este programa e continuarmos com o pensamento focado na saúde e para além da saúde.

HN- Quais as prioridades definidas pela Menarini Portugal para os próximos anos?
MRA- Como referi anteriormente, o nosso foco são as pessoas e a Menarini quer continuar a melhorar a saúde dos doentes. Através dos nossos centros de pesquisa e desenvolvimento, a busca por soluções de terapêutica, adequadas a cada doença, é fundamental para que as condições de saúde de cada um sejam melhoradas e as pessoas tenham a qualidade de vida que merecem.

Entrevista de Rita Antunes