Investigadores da universidade de Stanford descobriram que é possível manipular as memórias traumáticas durante o sono, com a ajuda de substâncias químicas, para diminuir a sensação de medo, avança esta sexta-feira o jornal ISaúde.

Atualmente, a terapia para o stress pós traumático passa por o psiquiatra, no seu consultório, pedir ao paciente que recorde a situação do trauma original (um acidente, por exemplo). Em sessões seguintes, os pacientes podem fazer novas associações que reduzem o poder de ruídos altos ou outras características que possam trazer de volta a memória do acidente.

Para Asya Rolls, uma das responsáveis pelo novo estudo, existe uma forte tendência para os pacientes, que se submetem à terapia clássica, terem recaídas, pois associam a técnica ao “escritório do psiquiatra e não reflete o ambiente encontrado no dia a dia do paciente.”

Os investigadores sugerem, como alternativa a esta abordagem, que as recordações possam ser manipuladas de forma mais incisiva, com a ajuda de fármacos.

O estudo baseou-se em treinar ratos para estes temerem o cheiro do jasmim o que, depois de várias baforadas de acetato de amilo, seguidas de pequenos choques elétricos nos pés, fez com que os ratos congelassem (uma reação clássica ao cheirar amilo).

De acordo com os investigadores, a síntese de proteínas usada na pesquisa ainda não seria segura para humanos, mas eles acreditam que os atuais medicamentos anti-ansiedade poderiam ter efeitos similares quando usado paralelamente com o sono baseado e terapias de exposição. " A ideia de que nós conseguimos apagar memórias durante o sono, pois vão ser manipuladas, é emocionante," conclui Rolls.

19 de outubro de 2012

@SAPO