"Recomendamos suspender a atividade relacionada com o bronzeamento artificial, assim como a venda de dispositivos que emitem raios UVA com fins estéticos", afirmou Olivier Merckel, diretor da unidade de avaliação de riscos da Anses.

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"Não podemos esperar mais. Os dados científicos são imensos e não há mais dúvidas. Há provas sólidas, o risco de cancro está demonstrado, há números sobre os riscos para os jovens, para o conjunto da população. Estamos por isso a recomendar que as autoridades públicas atuem", declarou.

A Sociedade Médica de Dermatologia de França, a Academia Nacional de Medicina e vários deputados franceses solicitam desde 2015 a proibição destas cabines, mas o governo ignorou os pedidos e limitou-se a aprovar uma regulamentação mais rigorosa. Desde 2013, o uso deste tipo de serviços tornou-se proibido para menores de 18 anos.

Não há um limite seguro de radiação UVA

A Agência Internacional de Investigação sobre o Cancro colocou em 2009 os dispositivos com radiação UVA entre os agentes cancerígenos.

A Anses destaca ainda que "não é possível fixar nenhum valor limite seguro de radiação".

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"As pessoas que usaram solários pelo menos uma vez antes dos 35 anos aumentaram o risco de desenvolver melanoma em 59%. Em França, calculamos que 43% dos melanomas nos jovens podem ser atribuídos ao uso destas cabines antes dos 30 anos", enfatizou a agência.

Além do risco de cancro, a radiação artificial "não prepara a pele para o bronzeado, não a protege das queimaduras do sol, não permite um aporte significativo de vitamina D", como muitos asseguram. Além disso, os solários provocam um envelhecimento da pele "quatro vezes mais rápido" do que a exposição ao sol.

O Brasil foi o primeiro país a proibir os raios UVA em 2009, seguido pela Austrália. Este último país tem a maior taxa de melanoma - o cancro de pele mais agressivo - do mundo.