Manuel Monteiro Grillo, médico oftalmologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), alerta para esta problemática e dá alguns conselhos de prevenção e tratamento acerca da doença, que já atinge cerca de 20% da população nacional.

As alergias podem desaparecer? 10 mitos desvendados
As alergias podem desaparecer? 10 mitos desvendados
Ver artigo

Manuel Monteiro Grillo começa por explicar que: "A conjuntivite alérgica sazonal é um dos tipos mais frequentes das alergias oculares. Ocorre quando um alergeno (agente estranho capaz de provocar alergia) irrita a conjuntiva, uma membrana fina e transparente que reveste o olho e a parte interior das pálpebras. Geralmente os primeiros sintomas a que devemos estar alertas são caracterizados pelo lacrimejar do olho, por prurido (comichão), edema da conjuntiva (olhos inchados) e olhos vermelhos".

O problema dos pólens e calor

A conjuntivite alérgica pode ocorrer nas várias épocas do ano, no entanto ocorre com maior frequência no verão e na primavera. O especialista explica que: "por um lado temos os níveis de pólenes das árvores, ervas e flores que invadem o ar muito mais elevados nos meses mais quentes. Por outro, o calor e o tempo seco do verão criam uma condição favorável para o aparecimento e a disseminação da conjuntivite, inflamação na membrana que reveste a parte frontal dos olhos e o interior das pálpebras".

Contudo, uma alergia deste género pode ser prevenida e tem tratamento conclui o presidente da SPO: "o primeiro passo no tratamento passa por diminuir o contacto com o agente desencadeante. O uso de bonés de pala e óculos de sol também diminui o contacto dos pólens com a superfície ocular, constituindo uma medida simples e eficaz no combate à alergia ocular. Mediante a gravidade das queixas e dos sinais clínicos, o tratamento pode passar pelo uso de compressas frias, lágrimas artificiais e colírios antialérgicos".

Nas formas mais graves da conjuntivite alérgica como a queratoconjuntivite vernal e queratoconjuntivite atópica, utilizam-se agentes mais fortes como corticosteroides ou outros imunossupressores. Toda a medicação deve sempre ser receitada e controlada pelo oftalmologista pelos graves efeitos secundários que pode originar", acrescenta.