No final de uma visita às urgências do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, onde serviu refeições como "voluntário honorário", o chefe de Estado lembrou que a sua experiência de voluntariado em hospitais foi na área dos cuidados paliativos, onde contactou com muitos doentes terminais.

“É uma matéria que eu conheço razoavelmente bem, que acompanhei, sobre a qual tenho opinião, mas relativamente à qual a minha posição tem sido firmemente a mesma: é importante que haja um debate amplo e profundo na sociedade portuguesa”, repetiu um apelo já feito.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente “não deve estar a pronunciar-se” sobre a morte medicamente assistida, num momento em que há “duas posições contraditórias” e em que haverá diferentes projetos legislativos. “Na devida altura, quando tiver de intervir, não deixará de intervir”, assegurou.

Questionado sobre se assinaria alguma das duas petições já entregues no parlamento – uma a favor e outra contra a despenalização da eutanásia – caso não fosse Presidente da República, o chefe de Estado respondeu apenas: “Se não fosse Presidente (…) não era Presidente, mas como sou Presidente, sou Presidente”.

“Isso descrispa a sociedade, porque assim as pessoas não se sentem condicionadas no seu debate. Se o Presidente da República disser: ‘defendo um amplo debate, mas debatam o que debaterem, eu defendo isto e vou fazer isto’(…). Isso é que era crispar a sociedade portuguesa”, defendeu, escusando-se igualmente a pronunciar-se sobre se deve ou não realizar-se um referendo sobre esta matéria.

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