16 de junho de 2014 - 12h01
Mais de 8.600 utentes dos 21.131 inscritos no Centro de Saúde de Salvaterra de Magos não têm médico de família, admitiu o Ministério da Saúde, que reconhece a dificuldade em contratar os seis clínicos necessários.
Na resposta a uma pergunta feita no final de fevereiro pelo Bloco de Esquerda, o Ministério da Saúde afirma que 41% dos utentes inscritos no Centro de Saúde de Salvaterra de Magos estão sem médico de família, sendo a situação mais grave a de Glória do Ribatejo, onde “cerca de 80% da população não tem médico de família”.
Em Marinhais 69% da população não tem médico de família e em Foros de Salvaterra são cerca de 40%, adianta o Ministério.
A resposta às questões colocadas pelos deputados bloquistas João Semedo e Helena Pinto adianta que a Unidade de Cuidados de Saúde de Salvaterra de Magos tem atualmente sete clínicos, dois deles com pedido de aposentação pendentes e um aposentado com contrato de trabalho até julho de 2015, sendo necessários “mais seis médicos para garantir a atribuição de médico de família aos mais de 8.600 utentes sem médico”.
“Até à presente data (03 de junho) apenas foi possível a contratação de uma médica em regime de prestação de serviços com 40 horas semanais, não havendo médicos interessados em preencher as horas de prestação de serviços contratadas e disponíveis”, afirma.
Segundo o Ministério, não é possível a abertura imediata de concurso para integração de médicos que tenham concluído a especialidade de Medicina Geral e Familiar por não existirem no Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria médicos internos a concluir o internato em 2014.
Assim, adianta, “apenas se vislumbra a possibilidade de contratação, com recurso a contratos de trabalho” a termo certo, de duas médicas que tinham saído do quadro da Sub-região de Saúde de Santarém e que pediram para voltar a exercer funções no ACES Lezíria.
O Ministério refere, ainda, a entrada em funcionamento, no final de outubro último, da Unidade de Cuidados na Comunidade de Salvaterra de Magos (único concelho servido pelo ACES Lezíria que não dispunha desta estrutura), o que obrigou à reafetação dos enfermeiros colocados nas extensões de saúde.
Segundo o documento, ficou assegurada a permanência de pelo menos um enfermeiro em cada extensão de saúde, tendo sido reforçada a equipa de enfermagem do Centro de Saúde de Salvaterra com mais um elemento.
“Não obstante, o Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo está ciente das dificuldades e, juntamente com a direção executiva do ACES Lezíria, está a trabalhar no sentido de encontrar soluções que possibilitem a melhoria dos cuidados a prestar às populações deste concelho”, acrescenta.
As perguntas feitas pelo BE sobre quando serão reabertas as extensões de Granho e Muge ficaram sem resposta, afirmando apenas o Ministério, quanto à data de inauguração da extensão de Foros de Salvaterra, que as novas instalações estarão concluídas “em breve”, mantendo-se afeto o médico que tem contrato de trabalho como aposentado até julho de 2015.
Por Lusa