O laboratório explicou que em causa está "uma ordem de serviço" da ULSAM "que obriga todos os médicos, a partir do próximo dia 26 de abril, a encaminharem os utentes para o hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima, para realização de colheitas de análises clínicas".

A ULSAM integra os hospitais de Santa Luzia, em Viana do Castelo, Conde de Bertiandos em Ponte de Lima, e 13 Centros de Saúde espalhados pelo Alto Minho.

"Até agora os médicos prescreviam as análises clínicas e os utentes tinham liberdade de escolha e faziam as análises onde bem entendiam, e às horas que mais lhe convinham", sustentou o laboratório com 38 anos de existência e convencionado com o Estado desde 1978.

Para a empresa, "além dos utentes perderem liberdade de escolha, os médicos estão contra a ordem de serviço por não respeitar a sua vontade, não respeitar a vontade dos utentes, e não respeitar o princípio básico de livre escolha do utente (Lei 15/2014 do Diário da República, 1ª Série - nº 57 de 21 de março)".

A Lusa contactou a administração da ULSAM que remeteu para mais tarde uma eventual posição sobre o assunto.

Na nota enviada hoje à Lusa, o laboratório de análises clínicas sustentou que o hospital Conde de Bertiandos, em Ponte de Lima "não está dotado de logística, recursos materiais e recursos humanos suficientes para prestar este serviço".

Face a decisão do ULSAM, acrescenta a nota, estão em causa "os postos de trabalho dos 39 colaboradores, dez farmacêuticos, entre eles seis especialistas em análises clínicas, técnicos de análises clínicas, oito com mais de 20 anos de experiência, cinco administrativos, três auxiliares de laboratório e 11 enfermeiros e o encerramento dos dez postos de recolha que o laboratório tem espalhados pela região".

"Se formos obrigados a fechar, há prejuízos e danos irreparáveis. Perde a população a grande proximidade que a cobertura geográfica daqueles postos proporciona, perde a população e os médicos a facilidade, a comodidade, a confiança, a rapidez com que são atendidos e rápida resposta e a qualidade dos resultados", sustentou o laboratório.

A empresa adiantou que além "dos prejuízos causados aos superiores interesses dos utentes do concelho de Ponte de Lima, perde-se trabalho e a fonte de rendimento para as 38 famílias que diretamente dependem do seu posto de trabalho". "Perdem-se 170 mil euros por ano de pagamentos à Segurança Social, 113 mil euros de IRS dos colaboradores e 132 mil euros de IRC", sublinhou.