O uso massivo de produtos fitossanitários causou danos irreparáveis à biodiversidade no interior de França, explicou a sentença.

O Estado tem até 30 de junho de 2024 para cumprir os seus próprios compromissos de reduzir o uso de pesticidas e proteger as águas, de acordo com o tribunal administrativo de Paris.

"O Estado cometeu duas falhas, ao descumprir, por um lado, os objetivos que tinha estabelecido em matéria de redução do uso de fitofármacos e, por outro, a obrigação de proteger as águas subterrâneas", considerou o tribunal.

"O dano ecológico tem um vínculo direto e certo com esses erros", estima a sentença.

Em 2007, o Estado francês estabeleceu a meta de reduzir o uso de pesticidas sintéticos em 50% em 10 anos, mas dois planos sucessivos falharam.

Nos seus argumentos de defesa, o Estado alegou que esses planos tinham "valor programático e não podem ser vinculantes", mas o tribunal decidiu contra.

"Acreditamos que esta é uma verdadeira vitória, uma decisão histórica", disse à AFP Cécile Barbière, da ONG Pollinis, que apresentou a ação juntamente com outras associações.

A população de insetos voadores foi reduzida em 75% na Europa nos últimos anos e a população de aves selvagens em 30% na França, segundo estudos citados pelas ONGs.