As escolas permanecerão encerradas este domingo e na segunda-feira nas províncias de Teerão, Qazvim, Golestão e Hamedã. Em Alborz apenas deverão ser fechadas este domingo e em Gilão manter-se-ão encerradas até à próxima quarta-feira, segundo a agência espanhola Efe, que cita fontes oficiais iranianas.
Em Qom, onde foi registada a maioria dos contágios e mortes no país, para além das escolas, serão ainda encerrados durante os próximos dois dias as universidades e seminários.
O diretor da Universidade de Ciências Médicas de Qom, Mohamadreza Qadir, afirmou que não existem planos para colocar a cidade de quarentena, mas sublinhou que se recomenda aos habitantes que não saiam de casa.
Qadir, que foi citado pela agência oficial iraniana IRNA, pediu ainda à população para que não realize viagens desnecessárias ou que visite santuários xiitas, como o famoso Fatemeh Masumed, muito importante na cidade.
De acordo com o porta-voz do ministério iraniano da Saúde, Kianush Yahanpur, a maioria dos casos detetados de coronavírus nos últimos dias diz respeito a residentes de Qom ou a cidadãos que estiveram recentemente nesta cidade.
Yahanpur informou ainda que foram detetados este domingo dez novos casos e que um deles faleceu, elevando o número de mortos no Irão para cinco e para 28 o número de contagiados.
Poucas horas mais tarde o balanço de mortos foi elevado para seis, pelo governador da província de Marcazi, Ali Aqazadeh, que anunciou o falecimento de um homem com problemas cardíacos, que não resistiu ao contágio com coronavírus.
Para além do encerramento das escolas, foram tomadas outras medidas especiais como a proibição de aglomerações, como concertos e outros eventos, previstas para os próximos dias.
Os três próximos jogos da liga de futebol iraniana, incluindo o deste domingo, entre o Esteglal, de Teerão e o Zoube Ahan, de Isfahan, vão decorrer à porta fechada, sem espetadores.
As autoridades iranianas criaram uma sede central de combate e prevenção do COVID-19 e habilitaram um total de 170 hospitais para tratar o vírus.
Nas ruas, um cada vez maior número de pessoas protege-se com máscaras e usa desinfetante, dois produtos que se esgotaram em muitas farmácias e cujo preço disparou nos últimos dias.
A Organização Mundial de Saúde manifestou na sexta-feira a sua preocupação com o avanço do contágio com o COVID-19 no Irão e indicou que está a investigar a “extensão da epidemia, os seus meios de transmissão e o potencial de ocorrência de novos casos nos próximos dias”.
Desde que foi detetado no final do ano passado, na China, o coronavírus Covid-19 provocou 2.363 mortos e infetou mais de 76 mil pessoas a nível mundial.
A maioria dos casos ocorreu na China, em particular na província de Hubei, no centro do país, a mais afetada pela epidemia.
Além de 2.345 mortos na China continental, morreram seis pessoas no Irão, três no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas na Coreia do Sul, duas em Itália, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
Em Portugal, já se registaram 12 casos suspeitos, mas nenhum se confirmou.
Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), há mais de meia centena de casos confirmados na União Europeia e no Reino Unido.
Comentários