O consumo racional de antibióticos é um dos exemplos de mensagem que é passada aos cidadãos através de marketing social, cujos especialistas europeus se reúnem a partir de terça-feira em Lisboa.

A I Conferência internacional da Associação Europeia de Marketing Social (AEMS) é realizada em parceria com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e com o patrocínio institucional da Direção-Geral de Saúde (DGS), nos dias 27 e 28 de novembro.

Paulo Moreira, professor da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa, um dos fundadores desta associação europeia, explicou à Lusa que o marketing social, nascido nos EUA, consiste na “aplicação das metodologias e persuasão e planeamento de serviços para as causas sociais”.

“O Marketing social complementa-se com ações de anti-marketing, que consiste em atacar diretamente as estratégias de marketing de interesse comerciais que colocam a saúde pública ou o interesse comum em causa (como por exemplo o tabaco ou o álcool). E em ações de de-marketing, que consiste em ações que visam o decréscimo do consumo de certos bens", disse.

Esses serão temas em debate na conferência, da qual se destacam painéis como “o marketing social enquanto ferramenta na prevenção do alcoolismo na adolescência”, “o marketing social enquanto ferramenta de comunicação de riscos no contexto da eliminação do sarampo na Europa” e muitos outros relacionados com a prevenção de doenças.

Segundo Paulo Moreira, estão atualmente em curso várias iniciativas de âmbito europeu, entre as quais se inclui o dia para a promoção do consumo racional de antibióticos, que envolve os 27 países da União Europeia.

O responsável destaca também a existência de “muitos estudos internacionais” que demonstram a mais-valia deste tipo de marketing, incluindo “na promoção de novos hábitos saudáveis na alimentação, no combate ao consumo de tabaco, álcool e drogas assim como na promoção de melhor literacia em saúde”.

Em termos de promoção de comportamentos positivos, a conferência vai contar com a participação de investigadores internacionais que vão falar sobre a promoção de comportamentos saudáveis no ensino secundário, sobre a utilização de estudantes em campanhas reais, sobre campanhas pela alimentação saudável ou pela importância de lavar as mãos, um gesto que “salva vidas”.

As abordagens digitais não ficam de fora do debate, estando previstas apresentações sobre a importância do twitter na mudança de comportamentos ou sobre uma plataforma online sobre alimentação, que é “um caso de estudo”.

A fechar o encontro, os especialistas vão discutir as potencialidades e as limitações do marketing social na comunicação com os grupos mais difíceis de alcançar.

 26 de novembro de 2012

@Lusa