O objetivo do estudo foi procurar perceber qual o método mais eficaz de remoção da amónia - substância nociva presente no sangue - para prevenir lesões neurológicas que resultam da doença e são potencialmente fatais, explica, em comunicado, a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM).

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Filipe Sousa Cardoso, especialista em Gastrenterologia do Hospital Curry Cabral – Centro Hospitalar de Lisboa Central, e a sua equipa concluíram que “a técnica contínua foi significativamente mais eficaz a remover a amónia sanguínea e a melhorar a sobrevida dos doentes”.

“Estes resultados sugerem que a utilização atempada deste tipo de tratamento pode ajudar a evitar a morte precoce”, explica o autor.

O médico considera que outra das virtualidades deste projeto é contribuir “para a racionalização dos custos associados à admissão hospitalar destes doentes”, designadamente no que diz respeito “à permanência nos cuidados intensivos ou o potencial transplante de fígado”.

Dos projetos apresentados a concurso, foram distinguidos três com prémios no valor global de 25 mil euros, distribuídos da seguinte forma: 20 mil para o projeto vencedor e cinco mil para duas menções honrosas.

Menções honrosas

As menções honrosas foram atribuídas a Ana Luísa Neves, especialista em Cardiologia Pediátrica do Centro Hospitalar de São João e investigadora e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, relativo ao seu estudo sobre o “Valor do prognóstico de biomarcadores cardíacos nas cardiopatias congénitas” e a Luís Guimarães Pereira, médico anestesiologista do Centro Hospitalar de São João e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, com o trabalho de investigação “Dor crónica pós-operatória após cirurgia cardíaca”.

A cerimónia de entrega de prémios realiza-se hoje às 21:30, no Salão Nobre da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto, e contará com a presença do Bastonário da Ordem dos Médicos.

“O prémio insere-se no objetivo de tentarmos ter alternativas de financiamento para a investigação clínica em Portugal, algo que se tornou possível graças a esta parceria com o Banco Carregosa”, esclareceu o presidente da SRNOM, António Araújo.

Visando em termos gerais promover a investigação clínica em Portugal, o prémio tem como objetivo específico “incentivar os jovens médicos a participar ativamente nestes processos, dado que estão mais sensibilizados para este tipo de questões e a área da investigação pode mesmo constituir-se como uma saída profissional para os novos médicos”, acrescentou.

Para Maria Cândida Rocha e Silva, presidente do Banco Carregosa, “a gratidão da sociedade aos investigadores clínicos e médicos, que dedicam as suas vidas a descobrir formas de tratar ou prevenir doenças, cuidando assim do bem-estar de todos, vai muito para além deste prémio. Mas na medida das nossas possibilidades, o Banco Carregosa quer estar presente, dirigindo uma boa parte da sua responsabilidade social para a área da saúde”.