25 de fevereiro de 2013 - 11h14 
A Plataforma Transgénicos Fora considera que o hipermercado Intermarché é o pior numa lista de 10 avaliados, no que toca a discrepância entre a política anunciada de exclusão de transgénicos e a sua presença efetiva nas lojas.
Num estudo feito a 10 dos maiores hipermercados em Portugal e cujas conclusões foram hoje avançadas pela entidade, o Intermarché e o E.Leclerc são os que mais expõem os seus clientes a óleos alimentares geneticamente modificados, enquanto o Minipreço é o melhor classificado.
“Verificámos que, desde o mais bem classificado, que foi o Minipreço, até ao Intermarché, que ficou em último, havia uma graduação clara na quantidade de informação e de cuidado” dos hipermercados relativamente a esta questão, diz a porta-voz da Plataforma Transgénicos Fora, Margarida Silva.
A Plataforma Transgénicos Fora é constituída por entidades como a Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, a Associação de Defesa do Ambiente, a Confederação Nacional da Agricultura, a Rede Portuguesa de Variedades Tradicionais, o Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens, o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (Geota), a Liga para a Proteção da Natureza, o Movimento Pró-Informação para a Cidadania e Ambiente e a Quercus, entre outras.
Segundo Margarida Silva, há uma grande diferença entre os hipermercados em Portugal, quer seja nos preços, quer seja nas garantias que oferecem.
“Há hipermercados que têm uma política muito clara de exclusão de todos os transgénicos da sua marca própria e há hipermercados que também não vendem transgénicos de outras marcas”, referiu, sublinhando que a avaliação foi feita apenas nos óleos alimentares porque é a única categoria que apresenta, neste momento, transgénicos em Portugal.
A avaliação foi feita com recurso a voluntários, que fizeram um levantamento de todas as marcas de óleos alimentares existentes nas lojas de Lisboa e do Porto de 10 hipermercados, para ver quais os que têm ingredientes geneticamente modificados.
“Identificámos também o preço, o produtor e o distribuidor, e esses dados foram todos compilados numa grande tabela, para podermos perceber quais dos hipermercados davam mais garantias de proteção à saúde de quem os visita”, explicou.
Além disso, a plataforma também pediu informação a cada hipermercado sobre as políticas de utilização de transgénicos, tendo depois atribuído pontuações.
A seguir ao Minipreço - que mostrou não vender qualquer marca de óleo com soja transgénica, incluindo na sua marca própria -, os melhores classificados neste ‘ranking’ foram o Jumbo e o supermercado do El Corte Inglés.
As duas marcas, refere o estudo, não vendem transgénicos na sua linha própria, mas apresentam em outras linhas.
O Aldi e o Froiz ocupam o 4.º lugar, com menos dois pontos, porque, ao contrário dos referidos, não deram informação sobre a sua política relativa ao uso de transgénicos nos produtos de marca própria, e, em sexto, ficou o Lidl, que se distingue dos anteriores por permitir soja transgénica no óleo alimentar mais barato que tem à venda.
Nos últimos lugares ficaram o Continente e o Pingo Doce, empatados na 7.ª posição, seguidos pelo E. Leclerc (9.º) e o Intermarché, em último lugar.
Lusa