A competência de tomada de decisão é uma das ferramentas não clínicas basilar para os enfermeiros, e o raciocínio clínico está na sua base. A acurácia da sua aplicação prende-se com a sua contextualização e abrangência, atendendo às necessidades compreensivas de cada Pessoa, família e comunidade. O raciocínio clínico, é uma habilidade essencial na resolução de problemas, em que a combinação entre conhecimento científico, tecnologia e contexto se interliga de forma dinâmica. Paralelamente às guidelines da prática clínica e dos instrumentos digitais, o toque humano/humanizado e a capacidade de reflexão crítica continuam a ser indispensáveis.
O crescente uso da inteligência artificial (IA) nos cuidados de saúde surge como uma tendência que merece destaque. Ferramentas baseadas em IA são desenvolvidas para apoiar o raciocínio clínico, que permitem uma análise adicional dos dados e a potencial redução de erros clínicos. No entanto, mesmo com a IA, é primordial o pensamento crítico e a reflexão contínua. A IA pode fornecer informações valiosas, mas a interpretação dessas informações, considerando as nuances de cada situação clínica, é uma habilidade que só o raciocínio “humano” presentemente pode fornecer.
A formação contínua dos enfermeiros para as ferramentas de IA é impreterível para que aconteça o desenvolvimento técnico, mas também a confiança nestas ferramentas. Não obstante, para que este processo decorra fluidamente, é necessário garantir que os enfermeiros se apropriam da nova linguagem e que se garantam donos e senhores perante os outcomes destas ferramentas. O sucesso na prática clínica exige que os enfermeiros sejam tanto meticulosos como criativos, capazes de seguir diretrizes, mas também de questioná-las e adaptá-las.
A ferramentas de IA oferecem uma base presentemente necessária, mas são as competências reflexivas que permitem a adaptação e a personalização dos cuidados de saúde. Ao combinar ambos os tipos de estratégias, os enfermeiros tornar-se-ão mais preparados para enfrentar os desafios da prática clínica contemporânea. Assim, a integração equilibrada entre tecnologia, raciocínio clínico e reflexividade crítica, aliada a uma formação contínua, é o caminho para uma enfermagem mais eficiente, humana e adaptável aos desafios de um mundo em constante evolução.
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