“Os profissionais do Infarmed são extraordinários, responderam com muita resiliência a este processo”, afirmou Maria do Céu Machado aos deputados da comissão parlamentar de Saúde, lembrando que os colaboradores estão há seis meses sem saber como vai ser o seu futuro. “É muito tempo para quem tem de resolver a sua vida e não sabe o que vai acontecer”, admitiu.

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Dentro de três semanas será apresentado o relatório do grupo de trabalho nomeado pelo Governo para estudar o impacto e os cenários de deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto. “Houve um grande sobressalto inicial e agora estamos em sobressalto outra vez”, reconhece a presidente do Infarmed.

Quando a deslocalização foi anunciada, Maria do Céu Machado afirma ter havido uma “fase de grande destabilização”, com vários trabalhadores a terem até pedido para sair.

“Mas os colaboradores são muito profissionais. Chegámos ao fim do ano com aprovação do número recorde de medicamentos inovadores em relação a anos anteriores”, exemplificou.

Esse impacto inicial depois foi sendo diluído, referiu a responsável, que adiantou aos deputados que foi até possível evitar a saída de alguns profissionais, que manifestavam desejo de ir para outras instituições, dada a instabilidade gerada pelo anúncio da deslocalização para o Porto.

“Temos conseguido segurar algumas pessoas, temos conseguido que as pessoas esperem”, indicou, adiantando que, a três semanas de se conhecerem as decisões do grupo de trabalho nomeado pelo Governo, volta a haver novamente sobressalto.

A presidente da Autoridade do Medicamento foi hoje ouvida na comissão parlamentar de Saúde, a pedido do PSD, sobre notícias que davam conta de que o grupo de trabalho que estuda a deslocalização do instituo para o Porto considerava que estavam a ser criados obstáculos ao seu trabalho.

A deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto foi anunciada em novembro do ano passado pelo ministro da Saúde, tendo sido recebida com surpresa e desagrado pelos trabalhadores do instituto.

O anúncio foi feito depois de se saber que a candidatura do Porto a receber a sede da Agência Europeia do Medicamento não tinha sido vencedora.

Em dezembro de 2017, o ministro da Saúde criou um grupo de trabalho para avaliar esta deslocalização.