“Ao longo de 2020, o INEM registou 696 casos de Enfarte Agudo do Miocárdio (EAM) encaminhados através da Via Verde Coronária, mais 27 casos do que em 2019. Em 72,4% dos casos, decorreram menos de duas horas entre o início dos sinais e sintomas e o contacto com o INEM, feito através do 112, enquanto em 22,4% dos casos o processo foi efetuado entre as duas e as 12 horas de evolução da sintomatologia. Já em 5% dos casos, decorreram mais de doze horas de evolução dos sinais e sintomas até à ativação dos serviços de Emergência Médica e posterior encaminhamento hospitalar”, adiantou o INEM em comunicado.

O INEM afirma que estes são números “passíveis de melhoria”, se as pessoas identificarem melhor os sintomas de EAM e recorrerem de imediato aos serviços de emergência médica.

Dor no peito súbita, com ou sem irradiação para o braço esquerdo, costas ou mandíbula, suores frios intensos acompanhados de náuseas e vómitos são alguns sinais que devem levar os doentes a ligar de imediato o 112, a “via preferencial” para reduzir “o intervalo de tempo até ao início da avaliação, diagnóstico, terapêutica e agilização do transporte para unidade hospitalar mais adequada”.

“Os dados referentes a 2020 indicam ainda que é na população de género masculino que se verifica uma maior incidência desta doença súbita, com 80% dos casos de EAM registados”, refere o INEM em comunicado.

Ainda de acordo com os dados divulgados, a maior incidência de encaminhamentos aconteceu nos distritos de Lisboa (156), Porto (132) e Faro (72), com o hospital de Braga (92), Centro Hospitalar Universitário do Algarve (72) e Centro Hospitalar e Universitário São João (71) a receberem o maior número de doentes encaminhados.

“O EAM é uma das principais causas de morte em Portugal, ocorrendo quando se dá uma interrupção da perfusão sanguínea do coração, resultante da obstrução de uma artéria coronária, prolongada e total ou quase total. A realização de exames médicos de rotina, os hábitos de vida saudáveis, a prática de desporto de forma regular, evitar o tabaco e a vida sedentária são algumas das formas de prevenção eficazes e acessíveis a todo o cidadão”, recorda o INEM.