Quando se perde um dente, perde-se não só a coroa que é visível na boca, mas também a sua raiz, sendo o implante dentário a única alternativa atual que substitui ambos, repondo a forma, função e estética.

Tradicionalmente, os implantes dentários têm sido constituídos por uma raiz metálica de titânio (em forma de parafuso) e por uma coroa metalocerâmica (prótese em liga de cromo-cobalto revestida a cerâmica).

Como os metais sofrem corrosão, qualquer dispositivo médico metálico implantado no organismo irá libertar resíduos dessa corrosão. Embora o significado clínico destes resíduos seja bastante variável de individuo para individuo, podendo ir desde a aparente nenhuma reação, até reações de hipersensibilidade e/ou manifestações de alergias (algumas pessoas conhecem bem este tipo de reação pelo simples contacto com bijuterias ou acessórios de moda metálicos), a ciência determinou que a exposição crónica a metais pode produzir em pessoas geneticamente predispostas a presença de hipersensibilidade (ou “alergia”) Tipo IV, que pode provocar ou agravar processos auto-imunes, entre os quais podemos citar o lupus eritematoso, fibromialgia, artrite reumatóide, síndrome de fadiga crónica, esclerose múltipla, autismo, síndrome do intestino irritado, doença de Crohn e colite ulcerosa.

Sendo a boca um meio eletrolítico, a presença em simultâneo de vários tipos diferentes de metais, seja nos implantes, nas coroas ou em restaurações metálicas de amálgama de mercúrio (“chumbo preto”) acelera e aumenta o aparecimento de fenómenos de corrosão eletroquímica com o consequente aumento da quantidade de resíduos metálicos absorvidos pelo organismo.

O aumento da consciencialização e do conhecimento sobre estes fenómenos, tem levado a uma crescente procura por soluções livres de metal em todos os tipos de restaurações colocadas em boca. Desta forma, quanto às coroas têm surgido novas cerâmicas mais estéticas e resistentes que não necessitam de reforço de metal; no que toca aos implantes (raízes artificiais), tem havido investigação com novos materiais livres de metais tendo no início deste novo século, a cerâmica de zircónia se imposto como uma opção mais holística, com evidentes vantagens:

  1. Desde logo, ausência de fenómenos de corrosão.
  2. Cor: branco-marfim, o que permite excelente estética gengival evitando aquela aura metálica cinza-escura que muitas vezes se vê no sorriso de algumas pessoas.
  3. Menor retenção de placa bacteriana, como comprovam vários estudos clínicos, contribuindo para uma melhor saúde gengival e,
  4. Taxa de peri-implantites* espectacularmente baixa, comparada com os implantes de titânio.

(* a peri-implantite é uma doença comum nos implantes metálicos, que se caracteriza pela destruição do osso e gengiva de suporte do implante, levando à perda dos mesmos).

A decisão, livre e bem informada, sobre o tipo de material que implanta no seu organismo para substituição do dente perdido, deve ser tomada com base em informação de qualidade que, obviamente, lhe será prestada pelo seu médico dentista. Por isso, faça perguntas e esclareça todas as suas dúvidas antes de decidir.