O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santarém, José Josué, disse à Lusa, no final de uma reunião do Conselho Intermunicipal da Lezíria do Tejo, que o órgão que dirige “continua totalmente focado no hospital, na melhor resposta a dar aos problemas dos doentes e em garantir aos autarcas que representam os cidadãos que podem confiar no seu hospital”.

O Bloco Operatório do Hospital Distrital de Santarém está a funcionar a meio gás após o pedido de demissão apresentado por 15 chefes do serviço de cirurgia, em maio, denunciando falta de condições de segurança para a prática dos atos médicos.

A reunião, que no período de antes da ordem do dia incluiu um encontro com a presidente do Conselho Diretivo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, realizou-se um dia depois de o presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, Pedro Ribeiro, ter desafiado a administração do Hospital de Santarém a pedir a demissão.

Leia também: As frases mais ridículas ouvidas pelos médicos

O também presidente da Câmara de Almeirim colocou na sua página do Facebook uma mensagem em que afirmava que, dois anos depois das tomadas de posição dos autarcas da região sobre a situação do bloco operatório do Hospital de Santarém, a situação “atingiu o ponto zero”, defendendo que, após as declarações do ministro da Saúde no parlamento, só resta à administração demitir-se.

Considerando “inadmissível que a situação do bloco operatório esteja ainda por resolver”, Pedro Ribeiro acrescenta a ausência de qualquer reação às declarações do ministro Adalberto Fernandes no parlamento, de que o Hospital de Santarém não consegue atrair profissionais porque “não tem reputação”.

“Por tudo isto resta apenas uma saída à Administração, toda, demitir-se. Se tal não acontecer, deve o Sr. Ministro tomar a iniciativa e demiti-la, já”, escreveu Pedro Ribeiro, numa mensagem que descreve como “um desabafo pessoal” e em que pede aos profissionais que “ainda acreditam no Serviço Nacional de Saúde” que “não desistam” do hospital.

“Se o senhor ministro não tem razão, a administração tem que vir dizer que tem um serviço de excelência. Se o senhor ministro tem razão, ou a administração se demite ou é demitida”, disse o autarca à Lusa, antes da reunião de hoje.

José Josué disse à Lusa que a administração a que preside tem “confiança no futuro” e que as medidas que tomou e está a tomar “vão dar os seus frutos”.