Segundo o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), trata-se de “uma solução única e inovadora implementada, até à data, exclusivamente neste hospital”, no que respeita ao setor público.

O sistema consiste em “novas ferramentas de diagnóstico ‘in vitro’ [em ambiente controlado, no laboratório] que permitem uma maior rapidez na identificação de microrganismos, em particular bactérias”, referiu a unidade hospitalar.

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Contactada pela agência Lusa, a diretora do Serviço de Patologia Clínica do HESE, Filomena Baptista Caldeira, explicou que esta solução integra, no total, “três equipamentos”.

“Neste momento, há mais um hospital que já tem algum destes equipamentos, mas os três juntos somos o único”, disse, referindo que o sistema foi fornecido por uma empresa, “contra consumo dos reagentes”, pelo que envolve “muito pouco gasto” por parte da unidade.

Deteta várias bactérias e vírus em simultâneo

Segundo a diretora da Patologia Clínica, uma das ferramentas é um sistema de biologia molecular “multiplex”, que deteta o ADN “de várias bactérias e vírus” ao mesmo tempo, enquanto outra faz com que seja “mais rápido” obter uma “hemocultura positiva”, isto é, “deteta mais rapidamente o crescimento dos microrganismos”.

A terceira ferramenta, acrescentou, é uma outra técnica que permite igualmente acelerar a identificação dos microrganismos no sangue, “depois das colónias já crescidas”, quando não se recorre ao sistema de biologia molecular “multiplex”.

Com esta solução, instalada no HESE, torna-se possível identificar bactérias e vírus num prazo de aproximadamente 24 horas, quando, normalmente, este processo requer, pelo menos, o dobro desse tempo.

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Antes, “no mínimo”, os resultados “demorariam 48 horas, se tudo corresse muito bem”, mas, “neste momento, para dizermos qual é o microrganismo, desde o momento em que positiva a hemocultura”, são “eventualmente, 24 horas, é uma grande diferença”, frisou.

“Com a identificação mais rápida e maior precisão, torna-se também mais rápido diagnosticar patologias e, por isso, adequar a terapêutica às necessidades concretas do doente, com vista a um tratamento mais eficaz”, disse a diretora da Patologia Clínica.

Filomena Baptista Caldeira precisou que o médico, munido destes resultados, pode prescrever um antibiótico “mais dirigido”, ou seja, mais específico para determinada bactéria ou vírus, “em vez de dar um de muito largo espetro e que dá para muitos microrganismos”.

E, acrescentou, como os equipamentos, revelam “algumas das resistências aos antibióticos” por parte dos microrganismos detetados, essa é outra das vantagens.

“Não dá todas as resistências, mas dá algumas”, o que permite ao médico adequar a “prescrição do antibiótico”, sublinhou a diretora do Serviço de Patologia Clínica do HESE, o único laboratório público nesta área no distrito de Évora.