
"Os Estados-membros serão livres para escolher, individualmente, entre o horário de verão ou de inverno, mas deverão fazer isso de modo coordenado para evitar os efeitos negativos no mercado único", indicou o vice-presidente da Comissão, Maros Sefcovic, esta sexta-feira.
A Comissão Europeia (CE) decidiu avançar com a proposta da abolição da mudança da hora. Essa proposta, apresentada hoje, terá ainda de ser votada pelo Parlamento Europeu e aprovada pelos líderes no Conselho Europeu, um processo que a comissão quer ver cumprido até ao final de 2018.
Todos os anos, os cidadãos da UE são obrigados a antecipar os seus relógios em uma hora na madrugada do último domingo de março, devido à entrada no chamado horário de verão, e adiantam 60 minutos no último domingo de outubro para encarar o horário de inverno.
Se a proposta da Comissão Europeia, sobre a qual o Parlamento e as capitais se devem pronunciar no próximos meses, prosseguir, "não haverá mais mudanças de horário a partir de outubro de 2019", acrescentou a comissária europeia dos Transportes, Violeta Bulc, numa entrevista coletiva de imprensa.
Cada país deverá escolher um fuso horário
Se a UE decidir pôr fim às mudanças de horário duas vezes por ano, a alteração de horário em março será a última obrigatória para os países, que terão de comunicar no máximo até 27 de abril se congelam os seus relógios no horário de verão ou se fazem uma última mudança em outubro para ficar com o de inverno.
Na prática, a decisão implica que cada país escolha em que fuso horário deseja ficar. Espanha, por exemplo, pode voltar a ter o mesmo horário que Portugal.
À exceção da região das Canárias, Espanha faz parte do grupo de 17 países (entre eles Alemanha, Itália, França e Polónia) que conta com o fuso horário da Europa Central, apesar de se situar praticamente na mesma longitude geográfica que o Reino Unido.
O Reino Unido, que deve deixar o bloco comunitário no final de março, tem uma hora a menos do que os países do horário da Europa Central, assim como a Irlanda e Portugal.
Outros oito estados, como a Grécia e Finlândia, estão uma hora à frente de Berlim, e duas de Londres.
A consulta pública que deu origem à presente proposta da Comissão Europeia decorreu em todos os estados-membros entre julho e agosto de 2018. Em Portugal teve uma participação estimada em 0,33% da população.
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