Apesar das mortes, o diretor clínico José Pedro Figueiredo afastou a possibilidade de um surto da bactéria multi-resistente Klebsiella pneumoniae carbapenemase.

Associados a este caso de contaminação estão internados no CHUC 21 doentes: oito estão infetados e os restantes colonizados com a bactéria.

Dos doentes infetados, quatro estão nos cuidados intensivos, um dos quais deverá ter alta hoje, dois têm prognóstico favorável e um outro prognóstico reservado.

O número total de casos (21) quadruplicou desde outubro.

Desde que o CHUC "tomou conhecimento desta situação, foram implementadas um conjunto de medidas de prevenção, que radicam sobretudo na identificação dos doentes, no seu isolamento e numa monitorização permanente da sua evolução clínica", disse o diretor clínico do CHUC, que falava hoje, ao final da manhã, numa conferência de imprensa.

"Em nenhuma circunstância se justifica alarmismo social", sublinhou José Pedro Figueiredo, referindo o CHUC tem, nos seus diferentes estabelecimentos hospitalares, "internados em situação aguda, habitualmente, mais de 1.900 doentes".

Sublinhando que "há diferença entre doentes colonizados e doentes infetados por este tipo de a klebsiella", o responsável referiu que os "infetados têm uma cultura num produto biológico positiva", devendo ser tratados com os antibióticos disponíveis, enquanto os doentes colonizados, embora possam registar "uma cultura positiva num dos produtos biológicos", não têm qualquer "manifestação clínica da infeção".

A bactéria em causa é resistente a antibióticos de carbapenemas (KPC), um fármaco de última linha usado no tratamento de infeções severas e polimicrobianas.

Os antibióticos são medicamentos usados para prevenir e tratar infeções bacterianas. A resistência aos antibióticos ocorre quando a resposta das bactérias a estes medicamentos sofre alterações. As bactérias tornam-se resistentes aos antibióticos, e estas por sua vez, podem infetar o homem.

As vítimas mortais tinham quadros clínicos graves, com várias comorbilidades associadas, e eram de idade avançada, escreve o Jornal de Notícias.

"Temos seis óbitos [em janeiro] nos quais os doentes estavam colonizados, mas só em três desses é que podemos atribuir o desfecho fatal à infeção por klebesiella", assegurou José Pedro Figueiredo.

O CHUC diz já ter tomado acionado os mecanismos necessários para conter a bactéria.

"Estamos a tomar todas as medidas adequadas, usando da capacidade de vigilância que um hospital desta envergadura indiscutivelmente dispõe para termos a capacidade de permanentemente tranquilizar os nossos cidadãos acerca desta circunstância clínica", refere o clínico.

O CHUC está a fazer rastreio, "procedendo a análises sistemáticas de todos os contactantes [com doentes afetados pela bateria] e, naturalmente, a fazer mais análises dirigidas para esta circunstância, mas não se trata de surto na definição técnica" do termo, afirmou.