6 de junho de 2014 - 14h33
O presidente do Hospital de Santarém anunciou que está a ser ponderada a criação de um “Grupo Hospitalar do Ribatejo”, gerando sinergias com o Centro Hospitalar do Médio Tejo, para “ganhar dimensão e ser economicamente mais eficiente”.
José Josué foi ouvido na Assembleia Municipal de Santarém, na quinta-feira à noite, sobre a situação da saúde no concelho, depois de, durante a tarde, ter participado numa reunião com os municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT).
“Está a desenvolver-se para o Ribatejo uma solução semelhante à adotada para o IPO (Instituto Português de Oncologia)”, permitindo “fazer mais e melhor com o mesmo ou, se possível, com menos”, disse o presidente do conselho de administração do Hospital Distrital de Santarém (HDS).
José Josué afirmou que a criação de um Grupo Hospitalar no Ribatejo “ainda este ano” está a ser “desenhada pelo Ministério” da Saúde com a colaboração do hospital, adiantando que, com esta figura, os hospitais “mantêm-se autónomos, ao contrário do que acontece com os centros hospitalares”.
Assegurando que a “carteira de serviços” das duas unidades hospitalares (Santarém e Médio Tejo) se “mantém rigorosamente igual”, não havendo perda de nenhuma especialidade, José Josué afirmou que em algumas delas a área de influência de cada um dos hospitais passaria para 500.000 habitantes, abrangendo todo o distrito.
José Josué foi chamado à Assembleia Municipal de Santarém juntamente com a coordenadora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria, Paula Rodrigues, na sequência de uma moção apresentada pelas bancadas do PSD e da CDU, no início de maio, propondo a realização de uma sessão temática sobre a situação da saúde no concelho.
Os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, Ricardo Gonçalves e António Pinto Correia, respetivamente, ambos eleitos pelo PSD, colocaram entretanto online uma petição a pedir a revogação da portaria 82, que reuniu já perto de metade das assinaturas necessárias para ser discutida em plenário da Assembleia da República.
Por outro lado, os 11 municípios que integram a CIMLT – Almeirim, Alpiarça, Azambuja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Golegã, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém - exigiram, no final de maio, uma postura mais firme de defesa dos interesses das populações por parte da administração do Hospital de Santarém, pedindo uma reunião urgente com a administração, que ocorreu na quinta-feira.
Os autarcas da CIMLT advertiram na ocasião que, se não houver uma outra postura, “a administração deve demitir-se”.
As reuniões surgem num contexto de crescentes manifestações de preocupação, por parte das forças políticas e das comissões de utentes, sobre os efeitos da portaria 82 - que classifica os hospitais, definindo as especialidades para cada grupo - e de várias denúncias de problemas no atendimento, sobretudo nas Urgências, do HDS.
O HDS abrange cerca de 200.000 utentes de oito concelhos do distrito de Santarém e o CHMT, que integra as unidades de Torres Novas, Tomar e Abrantes, perto de 250.000 de 11 concelhos.
Por Lusa