Mark Langedijk tinha 41 anos e era pai de dois filhos. Mas cedo chegou à conclusão de que a única solução para acabar com a sua dor e sofrimento era a eutanásia e o procedimento foi realizado na casa dos pais, na Holanda. "O meu irmão mais novo está morto", escreveu o jornalista Marcel Langedijk, num artigo publicado no final de novembro na revista holandesa Linda.
"Estava em plena consciência. Esse era o seu problema. Um problema que ninguém pode realmente imaginar", acrescentou, revelando que o irmão tinha participado em 21 sessões de reabilitação nos últimos oito anos, sempre com o apoio da família. "Quando Mark se deu conta de que precisava de ajuda, de que precisava de falar com alguém, já era tarde. Nesse momento, o álcool já o tinha prendido".
Mark Langedijk escolheu o dia 14 de julho para morrer e passou as últimas horas junto da família no jardim dos pais a fumar, comer sanduíche de presunto e queijo e almôndegas. Um médico autorizado ajudou-o na administração das três injeções que o mataram. Contactado pela agência de notícias France Presse, o jornalista disse que a "reação internacional" ao seu artigo foi "angustiante e bastante inesperada" e que "sentia que havia dito tudo o que queria dizer no momento".
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A Holanda e vizinha Bélgica tornaram-se os primeiros países do mundo a legalizar a eutanásia em 2002.
No ano passado houve 5.516 casos de eutanásia no país, ou seja, 3,9% de todas as mortes registadas.
Mais de 70% dos que optaram pelo procedimento tinham cancro. Cerca de 2,9% sofria de problemas neurológicos ou doenças psiquiátricas, incluindo alguns que lutavam há anos contra o vício do álcool.
Em Portugal, a eutanásia vai voltar à discussão. O tema já foi aprovado e vai mesmo entrar em debate parlamentar em 2017.
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