14 de novembro de 2013 - 11h10

Um guia sobre leucemia mieloide crónica é laçado sexta-feira para colmatar a necessidade dos doentes terem um suporte no qual possam encontrar toda a informação que permita a automonitorização e o acompanhamento esclarecido de todos os passos da sua doença.

Este livro, da autoria da especialista Ana Marques Pereira, conta com o apoio das três associações da área: Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma, Associação Portuguesa Contra a Leucemia e Associação de Leucemia e Linfomas.

O lançamento deste suporte de comunicação torna-se “um suplemento para as pessoas que mais precisam de ter informação sobre este tipo raro do cancro do sangue e o seu retrato atual”, explicam os responsáveis pelo “Guia de registos para doentes com LMC”, que vai ser lançado no decorrer da Reunião da Sociedade Portuguesa de Hematologia, no Porto.

A leucemia mieloide crónica tem progressão normalmente lenta, em que o organismo produz um número descontrolado de glóbulos brancos anormais, e representa cerca de 15% a 20% de todas as leucemias.

De acordo com dados disponibilizados pelas associações do setor, esta doença ocorre mais frequentemente em adultos e a idade média de diagnóstico é aos 50 anos. É mais comum nos homens do que nas mulheres e não é uma doença hereditária ou de predomínio familiar.

Referem ainda que as consequências mais graves da doença implicam a transformação para a leucemia aguda e morte. No entanto, com os novos tratamentos, 95% dos doentes estão vivos após os 10 anos do diagnóstico.

Segundo os especialistas, é muito importante uma resposta precoce e profunda no tratamento da LMC, sendo que a adesão aos tratamentos é fundamental.

Alguns estudos desta área demonstram que a adesão dos doentes nem sempre acontece, devido ao esquecimento (não intencional) e ao facto de o doente achar que não é necessário (intencional). Uma das terapêuticas que tem tido muito bons resultados, ao nível da adesão e continuidade do tratamento é tomada apenas uma vez por dia, independentemente das refeições.

Na maior parte das vezes a LMC na fase inicial não dá sintomas. É numa análise de rotina ao sangue que é detetado o aumento de glóbulos brancos, em várias fases de desenvolvimento, o que leva à investigação diagnóstica.

Outras vezes os doentes apresentam sintomas gerais como o cansaço, perda de apetite, emagrecimento, sudação excessiva, febre ligeira ou sintomas relacionados com o aumento do baço, como desconforto abdominal. Mais raramente, quando os leucócitos estão muito aumentados, podem surgir dores de cabeça, visão turva ou alguma dificuldade respiratória.

Lusa