Em declarações à agência Lusa, Lúcia Leite, da ASPE, um dos dois sindicatos que convocou a greve, no primeiro dia de paralisação foram adiadas mais de 300 cirurgias.

“A adesão à greve é quase total”, disse Lúcia Leite, acrescentando que em apenas “uma ou outra instituição tem enfermeiros que não estão em greve”.

“Como do ponto de vista legal quem assume os serviços mínimos primeiro são os não grevistas e só depois os grevistas, neste momento todos os serviços estão a trabalhar em serviços mínimos”, explicou.

Lúcia Leite anunciou ainda que a associação sindical vai a partir de sábado passar a divulgar o número de cirurgias realizadas, e não o de adiadas.

A greve dos enfermeiros nos blocos cirúrgicos de sete centros hospitalares começou na quinta-feira e prologa-se até 28 de fevereiro, após as negociações entre as estruturas sindicais e Governo terem terminado na quarta-feira de forma inconclusiva.

Trata-se da segunda “greve cirúrgica”, como tem sido denominada pelos profissionais, depois de uma primeira paralisação idêntica em cinco grandes hospitais, que durou de 22 de novembro a 31 de dezembro e levou ao cancelamento ou adiamento de quase oito mil cirurgias.

A paralisação que arrancou na quinta-feira foi convocada pela ASPE e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) e prevê abranger sete centros hospitalares: São João e Centro Hospitalar do Porto, Centro de Entre Douro e Vouga, Gaia/Espinho, Tondela/Viseu, Braga e Garcia de Orta.

À semelhança da última paralisação, a greve será apoiada por um fundo recolhido numa plataforma ‘online” e que angariou mais de 420 mil euros.