O plano de ação, que está a ser distribuído pelo Governo a parceiros de desenvolvimento, prevê que esse seja o custo de “preparar a responder a um cluster de transmissão local até 50 casos”.
As autoridades querem consolidar a capacidade de prevenção e resposta para limitar a transmissão do vírus, caso surja algum caso, para identificar, isolar e cuidar de potenciais pacientes e melhorar a capacidade do laboratório, intensificando os mecanismos de informação comunitária.
Até ao momento não há qualquer caso registado em Timor-Leste onde estão em vigor várias medidas, nomeadamente de controlo de chegada de visitantes ao país.
Segundo o plano, praticamente metade do valor total, 912 mil dólares ou cerca de 819 mil euros, destina-se à compra de equipamento médico, consumíveis, medicamentos e outros itens necessários.
Processos de formação e preparação de funcionários custarão cerca de 40 mil dólares (35,9 mil euros), custos em salários nacionais e internacionais ascendem a 480 mil dólares (430,97 mil euros) e custos com serviços, incluindo viaturas e armazéns, ascendem a 300 mil dólares (cerca de 270 mil euros).
No documento, a que a Lusa teve acesso, diretora geral dos Serviços de Saúde de Timor-Leste, Odete da Silva Viegas, explica que a contribuição do Governo ascende a 449 mil dólares para “as várias ações previstas”.
“O sistema de saúde pública em Timor-Leste (…) está limitado por recursos insuficientes e capacidades limitadas, especialmente no que toda à preparação e respostas a emergências de saúde pública”, nota o plano.
A resposta ao risco do Covid-19 implica colmatar algumas das carências com que o sistema de saúde timorense se enfrenta, nomeadamente fortalecer a “capacidade de resposta a emergência”, incluindo recursos de móveis e de comunicação.
Igualmente necessário é o reforço das capacidades do laboratório nacional, que desde há dois anos tem condições para avaliar amostras de influenza, mas que continua “sem capacidade e reagentes para testar Covid-19”.
Rajesh Pandav, responsável da OMS em Timor-Leste, explicou na quarta-feira à Lusa que o material necessário já está em Timor-Leste e que vão começar os processos de preparação do laboratório, especialmente em termos de biossegurança, bem como a formação especializada.
O plano de ação nota que está em vigor um sistema de avaliação de riscos, que pode se aumentado caso seja necessário, mas sublinha que as “capacidades para uma avaliação rápida de risco e para análise dos dados são limitadas”.
Além disso, refere, “o setor privado não foi totalmente envolvido no sistema de monitorização”.
O plano nota que equipas de reação rápida foram já estabelecidas a nível nacional e municipal.
Entre o que é necessário fazer o plano refere o reforço da gestão da comunicação, tanto em informação da comunidade como “gestão de rumores, envolvimento comunitário e mecanismos de coordenação.
Refere ainda a falta de formação especializada para funcionários de saúde, preparação adequada de locais de isolamento e carências de capacidade em termos da unidade de cuidados intensivos, necessária para casos mais críticos que possam surgir.
É ainda necessário acondicionar adequadamente as infraestruturas que terão que ser usadas para isolamento de doentes e quarentena.
As Nações Unidas e países com a Austrália e a China doaram já a Timor-Leste equipamento para testes de triagem, análises de amostras e proteção de funcionários de saúde.
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