Catarina Marcelino explicou que, aproveitando o facto de hoje ser o Dia Internacional do Cigano, o Governo decidiu assinalar a data com a apresentação de um programa que contempla 25 bolsas de estudo para jovens ciganos estudarem no ensino superior.
Segundo a secretária de Estado, o programa nasce tendo por inspiração o projeto ‘Opré Chavalé’ (Erguei-vos, jovens ciganos, na língua romani), da associação Letras Nómadas e financiado pelo Alto Comissariado para as Migrações (ACM) através do fundo EEA Grants, um mecanismo financeiro do Espaço Económico Europeu.
O projeto ‘Opré Chavalé’ tem como objetivo ajudar jovens ciganos a entrar na universidade, tendo conseguido inscrever oito estudantes em universidades de norte a sul do país, entre cinco rapazes e três raparigas, no ano letivo 2015/2016.
Catarina Marcelino frisou que o projeto teve não só a componente de atribuição de uma bolsa de estudo, como também fez o acompanhamento dos jovens, “com grande envolvimento de apoio às famílias”.
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“E o projeto correu tão bem que nós decidimos lançar um programa para este ano letivo 2016/2017, que iniciará em setembro, com 25 bolsas para 25 jovens no modelo do ‘Opré Chavalé’”, adiantou a secretária de Estado, admitindo que este é um caso em que um programa experimental é “absorvido” pelas políticas públicas.
As bolsas serão atribuídas pelo ACM e, apesar de ainda estar a ser avaliado o valor, a secretária de Estado referiu que nunca será inferior a 1.500 euros por ano, por estudante, sendo este o valor da propina e mais um apoio para a integração.
Os 25 jovens bolseiros ainda não estão selecionados, mas tanto o ACM como a associação Letras Nómadas têm já referenciados alguns jovens que querem ingressar no ensino superior.
O programa do Governo inclui também não só as bolsas como o acompanhamento dos alunos, já que, segundo Catarina Marcelino, regista-se muitas vezes uma taxa de abandono escolar muito elevada.
“O acompanhamento das pessoas é muito importante e o que nós queremos fazer é um projeto um bocadinho na semelhança do que aconteceu com o ‘Opré Chavalé’, que ao fim de um ano não teve desistências e está a correr muito bem”, referiu, apontando que se trata de uma medida integrada na Estratégia Nacional para Integração das Comunidades Ciganas (ENICC).
Paralelamente, anunciou Catarina Marcelino, o Governo vai criar um outro projeto de mediadores socioculturais, ligados às Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em Risco que estão em territórios onde há comunidades ciganas.
O objetivo, segundo a secretária de Estado, é que estas pessoas trabalhem com as escolas e as famílias, acompanhando a integração das crianças, de forma a prevenir o abandono escolar na comunidade cigana, principalmente das raparigas.
Segundo a secretária de Estado, estes mediadores terão de ser pessoas com “condições para fazer trabalho de ligação e que possam ser facilitadores neste processo”.
Catarina Marcelino adiantou que o financiamento deste projeto será feito com verbas comunitárias, a partir do Programa 2020, não havendo ainda data para candidatura, nem quantos mediadores poderão ser precisos.
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