A decisão do juiz de instrução está em conformidade com os requisitos dos promotores: que concluíram a ausência de "causalidade" entre a vacinação contra a hepatite B e o aparecimento destas doenças, não retendo "falta de imprudência ou negligência" dos acusados.

Uma das advogadas das partes civis, Gisèle Mor, contactada pela agência de notícias France Presse, diz que a decisão é um "escândalo judiciário e acusa os juízes de "não realizaram verificações" sobre o trabalho de controlo de produto pela administração sanitária.

A origem do caso remonta a uma vasta campanha lançada pelo governo francês em 1994, visando vacinar mais de 20 milhões de franceses contra a hepatite B, um vírus que aumenta o risco de cirrose ou cancro do fígado.

No entanto, registaram-se casos de esclerose múltipla ou outras doenças neurológicas em vacinados, alimentando dúvidas sobre a inocuidade da vacina.

O caso contribuiu, entre outros fatores, para o desenvolvimento do movimento anti-vacina em França, com as autoridades de saúde do país a registarem uma crescente relutância na vacinação infantil.

A desconfiança da população em relação às vacinas em geral aumentou de 10% em 2005 para 40% em 2010, segundo o Instituto Nacional de Prevenção e Educação em Saúde daquele país.