O anúncio do governante foi feito numa audição na Assembleia Nacional sobre a transformação do passe sanitário em passe vacinal, uma medida proposta pelo Governo de forma a promover a vacinação.

“Tendo em conta os números que registamos, parece-me correto falar numa inundação. Estes são números enormes”, alertou Olivier Véran perante os deputados franceses.

A França volta assim a registar um novo máximo diário acima de 200 mil casos, seguindo-se a 180 mil casos na terça-feira, números que só são atenuados, segundo as autoridades francesas, porque 90% da população adulta está vacinada.

“70% dos pacientes nas unidades de cuidados intensivos nos hospitais parisienses não são vacinados. Dos pacientes vacinados nessas unidades, cerca de 80% já apresentavam fatores de risco. Isto mostra a eficácia das vacinas”, reforçou o ministro.

Os Republicanos, maior partido da oposição, já disseram apoiar a transformação do passe sanitário em passe vacinal.

Ao contrário do que estava previsto, as discotecas em França já não vão reabrir no início de janeiro, permanecendo fechadas pelo menos por mais três semanas.

Nos territórios ultramarinos franceses, as autoridades da Reunião anunciaram hoje um recolher obrigatório a partir de 01 de janeiro, entre as 21:00 e as 05:00, que vai aplicar-se durante três semanas pelo menos.

O Governo francês reconheceu na noite de segunda-feira que os números novos casos diários de covid-19 podem chegar a 250 mil no início de janeiro, e apresentou novas medidas de combate ao vírus que, devido à variante Ómicron, voltou a colocar em alerta o país.

Entre as principais medidas estão o regresso ao teletrabalho e o cancelamento de todos os concertos previstos para esta época festiva.

No entanto, não foram adotadas medidas mais severas, como um recolher obrigatório ou confinamento para as festividades de Ano Novo.

A outra aposta do Governo francês é a vacinação e na terça-feira foram vacinadas quase 700 mil pessoas, das quais 50 mil pela primeira vez.

A covid-19 provocou mais de 5,41 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.921 pessoas e foram contabilizados 1.330.158 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.