Um estudo realizado pelo Instituto Português de Reumatologia (IPR), e apresentado no âmbito das XVIII Jornadas Internacionais do IPR, que teve o objectivo de avaliar os custos directos anuais associados à artrite reumatóide (AR) revelou que anualmente o gasto com cada doente é, em média, de 2.720€.
O estudo revelou ainda que os custos anuais com a AR aumentam consoante o grau de actividade da doença. Os custos com um doente bem tratado e cuja AR está em remissão são, em média, de 1.645€, enquanto que num doente com uma artrite reumatóide muito activa, por falta de seguimento médico e tratamento, os custos elevam-se até aos 4.350€. A diferença é menos marcada quando comparamos os custos de um doente com AR baixa ou moderada, de 2.370€ para 2.455€ respectivamente. Dos valores apresentados, 45% são relacionados com gastos com medicamentos, 29% com custos de consultas, 8% com exames realizados, 9% com as hospitalizações, 7% com hospital de dia e 2% com idas às urgências.
Há ainda uma variação dos custos implicados consoante a dificuldade do doente em desempenhar as tarefas do dia-a-dia (resultados apurados com base no Health Assessment Questionnaire HAQ). Nos pacientes que não têm quaisquer dificuldades a despesa é de 2.212€, já nos que têm algumas limitações passamos aos 2.812€, nos doentes com grandes limitações o valor ascende aos 3.465€. Para Luís Cunha Miranda, reumatologista no IPR e responsável pelo estudo, “os resultados mostram, de forma clara, que a Artrite Reumatóide não controlada aporta mais custos do que se o doente estiver bem tratado e com a doença controlada. É duas vezes e meia mais dispendioso um doente não tratado. Podemos, com base nestes resultados e atendendo a que atravessamos uma altura de recessão económica, perceber a importância do seguimento médico especializado dos doentes e destes seguirem o plano de tratamento.”
O estudo foi realizado no último ano e teve uma duração de 3 meses. Envolveu um total de 353 pacientes, com uma média de idade de 59 anos (a amostra tem entre os 23 e os 85 anos) e sendo que 84% são mulheres. Os doentes pertencentes à amostra têm em média oito anos de vida com artrite reumatóide.
09 de Dezembro de 200
Fonte: Grupo GCI
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