Numa população de referência de 10.000 pessoas, 12 novos diagnósticos de esquizofrenia são feitos por ano entre os refugiados, oito entre os imigrantes que não são refugiados e quatro entre a população local.
O estudo foi realizado pelo Instituto Karolinska, em Estocolmo, e a University College London (UCL) durante 13 anos entre 1,3 milhões de adolescentes nascidos em 1984 e registados na Suécia.
Os registos médicos de jovens suecos nascidos de pais suecos foram comparados com os de imigrantes refugiados e não refugiados do Médio Oriente, do Norte e África subsaariana, Ásia, Europa Oriental e Rússia.
"O aumento significativo do risco entre os refugiados mostra que experiências de vida são um fator de risco significativo para o desenvolvimento da esquizofrenia e outras psicoses", disse Anna-Clara Hollander, do Instituto Karolinska, cita a agência de notícias France Presse.
Expostos a perseguições, guerras e desastres naturais "os refugiados são notavelmente um grupo vulnerável, [porque] são confrontados com muitos desafios económicos, físicos e mentais", reitera James Kirkbride, do departamento de psiquiatria da UCL.
A esquizofrenia requer tratamento precoce e especializado, enquanto na maioria dos países de acolhimento os refugiados "só estão sujeitos a exames de saúde básicos" que poderiam "colocar de parte [o tratamento de] problemas de saúde mental", dizem os investigadores.
O estudo limitou-se a analisar dados anteriores a 2011 e não, por isso, os imigrantes recém-chegados à Suécia, incluindo os refugidos do conflito sírio.
A esquizofrenia é uma doença mental grave que se manifesta pela perda de contacto com a realidade e geralmente aparece na adolescência ou início da idade adulta.
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