No documento, subscrito nomeadamente pela antiga bastonária Maria Augusta Sousa e que está divulgado na internet, os signatários manifestam a sua “indignação pela prática reiterada de convocatórias para assembleias gerais da Ordem dos Enfermeiros com a antecedência de 48 horas”.

“Uma assembleia geral extraordinária pode ser convocada com 48 horas de antecedência, mas apenas quando a premência de decisões a tomar o exija. Apenas isso”, argumentam os signatários.

Em resposta à agência Lusa, a Ordem dos Enfermeiros diz desconhecer “qualquer polémica relacionada com as assembleias gerais” e refere que no mandato da atual direção estas reuniões “têm sido das mais participadas em toda a história da existência da Ordem”.

A última Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros decorreu em Coimbra no dia 3 de janeiro e a convocatória foi divulgada no dia 1 de janeiro.

Segundo os signatários da carta, na Assembleia Geral de Coimbra estiveram presentes 70 enfermeiros, ou seja, cerca de 0,1% dos membros da Ordem.

De acordo com a Ordem dos Enfermeiros, esta última Assembleia extraordinária contou com a presença de 120 enfermeiros. No documento que está a circular na internet, antigos dirigentes da Ordem dizem não compreender “a quem serve” uma Assembleia Geral com “0,1% dos enfermeiros portugueses”.

“Os signatários consideram este comportamento imoral e assumem o compromisso de divulgar esta tomada de posição convidando os colegas a juntarem-se a esta indignação pois está em causa a participação democrática, pluralista, informada, na vida da organização e no futuro da enfermagem”, refere o documento inicial subscrito por meia dúzia de enfermeiros a que se juntaram depois cerca de 200 colegas, segundo dados fornecidos à agência Lusa pelos subscritores iniciais.

Na ordem de trabalhos da Assembleia Geral da Ordem de dia 3 de janeiro estavam pontos como a apresentação e votação do Relatório e Contas de 2016 ou a reavaliação dos valores que os enfermeiros pagam de taxas, que acabaram por ser reduzidos.

Segundo o gabinete de imprensa da Ordem dos Enfermeiros, a própria bastonária reconhece que o atual modelo de Assembleia Geral não é o mais participativo, mas que “é aquele que o anterior mandato definiu na alteração estatutária de 2015”.

“Para reduzir o impacto da falta de proximidade e participação destas assembleias gerais, desde o início do mandato que todos os documentos referentes ao desenvolvimento profissional são colocados em consulta pública durante 30 dias e acolhem sugestões dos enfermeiros, o que não acontecia anteriormente”, refere ainda a Ordem.