"Os médicos estão habituados a salvar vidas. Estão habituados a tentar fazer o melhor pelo doente para ele viver", comentou o bastonário da Ordem dos Médicos (OM) no debate "Decidir sobre o fim da vida", na terça-feira em Braga, transmitido pela TSF. "Os médicos não estão habituados ainda a estas questões da morte", acrescentou.
O bastonário descarta a hipótese de um referendo interno na OM sobre eutanásia e suicídio assistido, mas defende um referendo a nível nacional com o devido esclarecimento da população. "Tem que ser, de facto, um debate intenso que envolva outras questões como a distanásia", sugere.
Miguel Guimarães acredita ainda que não há razões para alterar o código deontológico dos médicos. "Estamos a falar de valores éticos. E os valores éticos da valorização da vida mantêm-se na íntegra", diz.
Porém, o bastonário considera que não é a altura nem estão criadas as condições necessárias para que a despenalização da eutanásia seja aprovada em Portugal.
As declarações do bastonário aconteceram na terça-feira em Braga, na reitoria da Universidade do Minho, no âmbito do ciclo de debates sobre eutanásia e suicídio assistido "Decidir sobre o fim da vida". O evento é promovido pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e acontece em parceria com a rádio TSF.
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