A agência reguladora de medicamentos dos EUA (FDA) aprovou, na passada segunda feira, um novo comprimido único e diário para combater a SIDA. Este medicamento resulta da combinação de duas drogas, já autorizadas pela entidade reguladora, e é aprovado para ser administrado por adultos portadores do vírus VIH, avança a AFP.
As grandes vantagens do novo comprimido, denominado Stribild®, é que este proporciona aos doentes um tratamento completo contra a SIDA, fazendo parte das escolhas de tratamento, cada vez mais simplificadas, contra o VIH, sublinha a FDA.
Edward Cox, diretor do departamento de Produtos Antimicrobiais da FDA para a avaliação de medicamaentos, destaca que "através da pesquisa continuada e do desenvolvimento de medicamentos, o tratamento para os infetados com VIH tem evoluído de múltiplos comprimidos para apenas um comprimido" diário.
Para Cox, as"novas combinações de medicamentos para o VIH, como o Stribild, ajudarão a simplificar os tratamentos".
O novo medicamento, fabricado pela Gilead Sciences na Califórnia, foi testado em mais de 1.400 pacientes, em dois testes clínicos, e os resultados mostraram que o Stribild® é tão ou mais eficaz que as outras duas combinações de tratamentos existentes, reduzindo o VIH a níveis indetetáveis, entre nove e dez pacientes, após 48 semanas de ingestão.
Stribild® combina Truvada® – emtricitabina e tenofovir contra uma enzima que o VIH usa para se reproduzir – ao Elvitegravir®, outra substância que combate uma enzima, associado ao Cobicistat®, que potencializa os efeitos do Elvitegravir®.
O medicamento foi testado em pacientes adultos não previamente tratados de Sida. A FDA afirma que serão necessários mais estudos para determinar a segurança entre crianças e mulheres e se há interação com outras substâncias.
Stribild® tem alguns efeitos secundários, que incluem problemas no fígado e nos rins, acumulação de ácido lático no sangue e enfraquecimento dos ossos, mas a Gilead afirma que durante os testes "a maioria dos efeitos adversos foi leve ou moderada".
Os efeitos secundários, sentidos pelos pacientes que tomaram o medicamento, passam por enjoos e diarreias.
"As terapias que atendem às necessidades individuais dos pacientes são fundamentais para melhorar a manutenção do tratamento e seu potencial de sucesso", afirmou o presidente da Gilead, John Martin.
Para que o medicamento chegue aos pacientes com VIH nos países com menos recursos, onde milhões de pessoas não têm opções efetivas de tratamento, estão a ser desenvolvidos genéricos, com a autorização e a ajuda da Gilead, em parceria com várias empresas indianas e com a Medicines Patent Pool, organização sem fins lucrativos que promove o fabrico de medicamentos genéricos.
28 de agosto de 2012
@SAPO
Comentários