As verrugas genitais causadas pelo HPV (papilomavírus humano) provocam mais impacto na vida das mulheres do que as lesões internas causadas pelo mesmo vírus, que não aparecem a olho nu, mas são mais graves. A conclusão é de um estudo com 29 pacientes da Santa Casa de São Paulo.
O HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum e afecta cerca de 630 milhões de pessoas no mundo.
Há dois tipos de reacção ao HPV: a verruga genital, de baixo risco, e a lesão pré-cancerosa e o cancro, que não são visíveis, mas são de alto risco. O estudo mostra que a preocupação e o medo são os sentimentos «campeões» quando o diagnóstico da doença é revelado, seguidos pela raiva.
Segundo a ginecologista Adriana Campaner, coordenadora do estudo, o diagnóstico do HPV causa discussões entre as mulheres e os seus companheiros. Entre as avaliadas, 21% relataram conflito com o parceiro ligando a doença à infidelidade e 10% romperam as suas relações por causa disso.
Mas, segundo Campaner, essa reacção é equivocada, porque não é possível identificar quando a pessoa contraiu o vírus. «A manifestação das lesões pode levar anos.» Segundo a ginecologista, 80% das mulheres vão ser infectadas com HPV pelo menos uma vez na vida. Ainda afirmou que a hipótese de uma mulher contrair o vírus em uma relação sexual é de 30% a 60%.
Em 90% dos casos, o HPV é transmitido por relações sexuais, mas há casos de pessoas que já contraíram o vírus pelo contacto com a sanita, uma toalha humedecida, sabonete e até material cirúrgico que não foi higienizado.
O condiloma pode ser tratado por métodos químicos ou físicos, que destroem a lesão. Já para tratar a lesão pré-cancerosa, é necessário fazer uma cirurgia para retirada da lesão. O tratamento para o cancro no colo do útero depende do grau de comprometimento do organismo.
«O ideal é descobrir as lesões pré-cancerosas antes de evoluírem para cancro», alerta a ginecologista. «Mas em apenas uma em cada cem mulheres o HPV evolui para o cancro.»
A prevenção contra a doença inclui a prática de sexo seguro, a vacinação e exames regulares - como o papanicolau e a consulta ginecológica de rotina.
Fonte: Agência LUSA
2010-07-29
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