Em comunicado, a UMinho especifica que as visitas ao domicílio incluem rastreios cardiovasculares e identificação de problemas de saúde e mobilidade, bem como a avaliação das condições de habitabilidade e o grau de dependência.

Trata-se da segunda edição do projeto "Aldeia Feliz", iniciativa do Núcleo de Estudantes de Medicina da UMinho e que este ano contará com a participação de 26 estudantes voluntários.

Ao longo de quatro dias, os futuros médicos farão a avaliação de múltiplos fatores de risco e determinantes da qualidade de vida dos idosos isolados das freguesias de Tresminas, Alvão, Bragado, Capeludos de Aguiar, Pensalvos e Parada de Monteiros.

Serão desenvolvidos rastreios cardiovasculares com a medição dos níveis de glicemia, tensão arterial, índice de massa corporal e perímetro abdominal, bem como sessões de sensibilização e prevenção para a importância da adoção de comportamentos saudáveis.

Além disso, serão identificados e analisados os principais problemas e queixas dos idosos, as patologias já diagnosticadas e as condições de habitabilidade, através do preenchimento de um formulário que visa a caracterização completa dos pacientes, que poderá ser usada para posterior referenciação.

"O projeto pretende, ainda, explicar aos idosos como proceder em situações de emergência, dar-lhes dicas para não confundir a medicação e informá-los devidamente quanto ao tipo de apoio social existente naquela região", acrescenta o comunicado.

Para o último dia, está previsto um convívio com os idosos interessados e a formação de vários grupos de trabalho sobre as temáticas do envelhecimento ativo, dinamizados pelos estudantes de Medicina.

No comunicado, a UMinho sublinha que a desertificação e o envelhecimento registados em muitas aldeias portuguesas contribuem para a suscetibilidade da sua população a múltiplos fatores de fragilidade social, pondo em causa a satisfação das suas necessidades mais básicas como a acessibilidade a cuidados de saúde, a higiene pessoal, o contacto com a civilização, a preparação das refeições diárias, entre outros.

"O envelhecimento populacional português sobeja e, com ele, todos os riscos associados ao isolamento da terceira idade. Adicionalmente, a presença de várias comorbilidades é frequente, o que impede o normal desempenho das suas atividades diárias. É neste quadro social que se enquadra o alvo de intervenção deste projeto", afirma Sara Carlos, do Núcleo de Estudantes de Medicina da UMinho.

A iniciativa conta com o apoio da Câmara de Vila Pouca de Aguiar e das juntas de freguesia das aldeias intervencionadas.